VILA VERDE –

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Moure. Filho confessa ter matado o pai mas diz que só o queria assustar

O filho do empresário de Moure assassinado com um tiro no pescoço, em 2017, confessou, esta quarta-feira, a autoria do crime, mas disse que queria apenas «assustar» o pai, na sequência de uma violenta discussão entre ambos.

No início do julgamento, no Tribunal de Braga, José Miguel Costa disse que o pai exercia violência doméstica sobre a esposa e sobre os filhos, com insultos, ameaças e agressões frequentes.

«Quando eu tentava defender a minha mãe, também levava. Foi desde sempre muito difícil conviver com o meu pai. E quando estava com o álcool, ainda era pior», contou.

Segundo a acusação do Ministério Público, confirmada pelo Tribunal de Instrução, os arguidos José Miguel Ferreira da Costa e Maria Júlia Alves Ferreira eram vítimas de violência doméstica e “actuaram num estado de desgaste emocional motivado pelas reiteradas agressões de que vinham sendo alvo por parte da vítima, ao longo do tempo”.

O filho está acusado dos crimes de homicídio simples agravado pelo uso de arma de fogo, detenção ilegal de arma, simulação de crime e dois de condução sem habilitação legal.

A mulher da vítima foi inicialmente acusada de homicídio, mas foi ilibada deste crime, respondendo, apenas, por detenção ilegal de arma e simulação de crime.

PAI INSULTOU-O

Segundo o Ministério Público (MP), os factos remontam a 23 de Outubro de 2017, dia em que o arguido, então com 20 anos, ao regressar a casa em Moure, Vila Verde, com o tractor avariado, depois de ter estado a lavrar um campo, “foi verbalmente repreendido pelo pai, com insultos vários”. Isto deu origem a uma “violenta” discussão entre os dois, à qual se juntou também a arguida, que ouviu a gritaria.

Após a querela entre pai e filho, diz a acusação, este último foi a casa buscar uma espingarda caçadeira municiada e dirigiu-se ao pai, de 52 anos, “com intenção de o matar, passando no trajecto pela arguida, que, ficando ciente desta intenção, nada fez para o demover”.

O MP concluiu, na sequência da investigação da PJ de Braga, que o arguido chegou junto do progenitor, que se encontrava debruçado procurando uma peça de ferramenta, apontou-lhe a caçadeira e disparou, matando-o com um tiro no pescoço.

Acto contínuo, a mulher da vítima desfez-se da arma e, com ajuda do filho, pôs o corpo do marido num furgão, que foi abandonado num descampado em Palmeira, à entrada de Braga. O cadáver só foi encontrado três dias depois.

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