Ricardo Costa apresentou um pedido de impugnação da decisão da Comissão Organizadora do Congresso (COC) da Federação de Braga do PS por discordância sobre a proporcionalidade do número de delegados de cada um dos concelhos do distrito. O candidato da lista B considera a decisão uma “fraude”.
Em comunicado enviado esta quarta-feira ao PressMinho/ O Vilaverdense, a candidatura de Ricardo Costa, afirma que “a COC tomou uma decisão contrária ao que está definido nos estatutos do PS uma vez que não considerou o número de militantes de cada uma das concelhias para a definição dos delegados”.
A lista B recorda que a COC “é constituída por apoiantes declarados” de Joaquim Barreto, actual líder da Distrital e candidato da lista A, e as concelhias onde o apoio a Ricardo Costa se “prevê maioritário apresentam uma menor proporção de delegados”.
A candidatura exemplifica: “considerando o universo de 450 delegados definido pela COC, Guimarães de onde Ricardo Costa é natural, deveria eleger 81 deputados ao contrário dos 59 (menos 27%) definidos pela organização do congresso. Barcelos, terra natal da candidata às Mulheres Socialistas apoiada por Ricardo Costa, teria direito a 125 delegados mas a COC aprovou apenas 63 delegados (menos 49% de delegados).
Em contraponto, afirma Costa, “Cabeceiras de Basto, de onde Joaquim Barreto é natural, foi contemplada com 38 deputados ao contrário de 32 (mais 19%) se se considerar a proporcionalidade”.
Aquela candidatura “aguarda que os órgãos jurisdicionais nacionais possam analisar em tempo útil o pedido de impugnação relativo à fraude votada na Comissão Organizadora do Congresso”.
“De salientar que a distribuição desproporcional de delegados definida pela Organização do Congresso e a forma de constituição das listas candidatas definidas pelos estatutos do PS dão origem a que Joaquim Barreto obtenha a totalidade de delegados de algumas concelhias”, lê-se no comunicado.
“Com esta artimanha matemática, o camarada Joaquim Barreto consegue o que se pensava não existir desde o 25 de Abril. Esta é apenas mais uma situação que revela uma certa prática política que a nossa candidatura se propõe combater. Não é assim que se faz política democrática”, afirma Ricardo Costa.
Recorde-se que a votação interna do PS e a realização do Congresso foi adiada por razões de saúde pública, que decisão que “obteve a total concordância da lista B”.