Sessão comemorativa do 25 de Abril no parlamento deve avançar com regras semelhantes às dos plenários. Decisão sai da Conferência de Líderes desta quarta-feira, mas há partidos com ideias diferentes.
A maioria dos partidos é favorável à habitual comemoração do dia da Liberdade, ainda que com regras diferentes do habitual devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
O PS remete as declarações sobre o assunto para depois da Conferência de Líderes de quarta-feira que vai definir as comemorações, mas a líder parlamentar Ana Catarina Mendes já fez saber ao Expresso que é favorável à comemoração, ainda que numa cerimónia em formato reduzido, cumprindo as recomendações das autoridades de saúde.
Também o PSD defende que a cerimónia deve acontecer no plenário da Assembleia da República “com um número muito reduzido de deputados e de convidados”, de modo a que se garanta o espaçamento recomendado entre as pessoas.
Sobre eventuais convidados, fonte oficial do partido disse à TSF que esse assunto ficará à consideração da Conferência de Líderes, “obedecendo ao protocolo, mas obviamente terá de ser reduzido”.
Bloco de Esquerda, PCP e Verdes são também favoráveis à comemoração habitual no plenário, ainda que admitam alterações ao habitual.
Se para os bloquistas a sessão deve existir “com menos convidados e deputados no plenário”, o PCP admite mesmo que possam não existir convidados.
” PCP irá propor que a AR realize a sessão solene do 25 de Abril, mantendo as condições de realização que se têm verificado nas reuniões plenárias e admitindo que possa não haver convidados”, esclarece fonte oficial do partido.
No mesmo sentido vai o Partido Ecologista ‘Os Verdes’ que irá propor na Conferência de Líderes “a sessão habitual com a adopção das regras actuais para a realização do plenário e sem assistência” nas galerias.
IDEIAS AO CENTRO E DIREITA
Ainda que seja a comemoração de um dia marcante na história do país, nem todos os partidos consideram que se deva comemorar da forma habitual, sobretudo os da direita parlamentar.
Sentado ao centro no hemiciclo, o PAN defende que “a tradicional cerimónia do 25 de Abril pode, graças à tecnologia que temos hoje ao nosso dispor, realizar-se por vídeo-conferência com cada interveniente no seu espaço e ser transmitida em directo” para a população.
Numa nota enviada à TSF, o partido nota que é “a favor” de uma cerimónia que permita a participação de todos, “porque Abril somos todas e todos nós, e não apenas uma cerimónia na Assembleia da República em que, a participar, só poderá ser num número muito reduzido de deputados ou representantes de Estado”. O PAN dá ainda força à ideia lançada pela Associação 25 de Abril de se cantar à janela a ‘Grândola, Vila Morena’, às 15h00 do dia 25 de Abril.
O CDS considera que a data tem de ser assinalada, mas não no hemiciclo. Fonte oficial do CDS remete para as declarações do líder parlamentar centrista, Telmo Correia, que à agência Lusa sublinhou que a data pode ser assinalada com uma mensagem do Presidente da República “a um país que estará essencialmente em casa, estará a passar ainda um momento muito difícil e que obviamente ouvirá”.
Também à direita, a Iniciativa Liberal nota que “a celebração deste ano deve ser adaptada ao momento actual, com os discursos transmitidos pela televisão e online”. Fonte oficial diz que a proposta é a de “um representante por partido no hemiciclo”.
Contactado pela TSF, o Chega remete para um vídeo que o deputado André Ventura divulgou nas redes sociais onde defende que “ninguém nega a importância do dia”, mas que fazer uma festa, “qualquer que ela seja e por muito importante que seja, não deixa de ser absurdo”. “Não faz absolutamente sentido nenhum”, nota o deputado.