Um inquérito feito pela União de Restaurantes de Braga de Apoio ao Covid-19 a 108 estabelecimentos concluiu que a maioria não pretende recorrer ao despedimento, no caso de terem as ajudas estatais necessárias para se manterem em funcionamento.
“No entanto, os restaurantes que já despediram representam 15%, em número de trabalhadores, e são preferencialmente pequenas empresas”, diz o organismo, que afirma representar 132 restaurantes e 1.341 trabalhadores.
O inquérito, feito com apoio da empresa municipal InvestBraga, determinou que 60 por cento dos restaurantes estão em lay-off, mas também que esta percentagem pode atingir os 85, sendo que 32,4 por cento se encontra com algum serviço de takeaway, e cerca de 65 por cento estão completamente encerrados.
Permitiu, ainda, compreender que, 66,7 por cento dos restaurantes reúnem alguma capacidade de recurso às linhas de financiamento anunciadas e metade dos 108 pretendem recorrer ao financiamento para retomar a actividade.
Os dados recolhidos permitem concluir que 55 por cento dos restaurantes não tiveram dificuldade em recorrer ao lay-off e que 72 por cento têm sócios gerentes remunerados. A maioria, 83 por cento são microempresas e as restantes são pequenas empresas.
Entretanto, a União de restaurantes de Braga enviou esta terça-feira ao Governo e ao Presidente da República um manifesto com sete medidas que entende necessárias para que o sector sobreviva, uma delas a de que o Governo deve pagar a totalidade do salário aos trabalhadores do ramo.
“IMENSAS DIFICULDADES”
“As dificuldades são imensas! Temos de conseguir apoios além dos existentes”, diz um dos empresários, em comentário anexo.
Já um outro defende que “seria importante o acesso à banca com condições adequadas à nossa realidade. A fundo perdido ou em parte, neste caso com um período de carência ou sem juros “. Um terceiro pede apoios a fundo perdido para o endividamento “não ser tão forte”.
Uma investidora manifesta-se “incrédula com o facto dos sócios-gerentes estarem fora de qualquer apoio/ subsídio, depois de tantos impostos pagarem e tanto contribuirem para a economia global do país”.
“Tenho uma empresa em nome individual com menos de 12 meses… não há apoios que prevejam a minha situação… para além de ter investido há pouco tempo e de nem sequer tirar um salário – que previa começar a tê-lo agora no Verão -, não tenho nenhuma medida que me proteja enquanto pessoa e proprietária …. continuo a ter os gastos, prevejo falência e ficar mesmo sem dinheiro nenhum …”, lamenta-se.