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Cidadã queixa-se de que Casa de Saúde do Bom Jesus não informa sobre uma familiar. Direcção nega

Uma cidadã de Braga, que tem uma familiar internada na Casa de Saúde do Bom Jesus em Braga, com uma doença do foro mental, queixa-se de que o estabelecimento de saúde não a informa sobre o seu estado actual.

“Tenho uma familiar directa, e da qual nada sei, no Hospital psiquiátrico das Irmãs Hospitaleiras, mas sei que há Covid 19 e já morreu uma utente; há enfermeiras e auxiliares contaminadas, mas estão proibidas de falar e não permitem que os familiares tenham acesso ao estado dos doentes de forma adequada e transparente”, refere em “e-mail” enviado ao Vilaverdense/PressMinho.

A mulher, devidamente identificada mas que solicitou o anonimato, diz que a sua familiar sofre de uma doença mental e está há anos internada no Hospital: “por norma visito-a uma vez por semana e, apesar de ela não me reconhecer e não falar, eu faço questão de estar presente na sua vida, tal como outros familiares”.

E acrescenta: “Mas, desde que surgiram os primeiros contágios de Covid 19, este hospital tomou medidas e suspendeu as visitas, isolou as unidades e colocou funcionárias a trabalhar em turnos de 14 dias e depois 14 de folga”.

Nesta esta altura – refere – “apenas tinha informação da minha familiar através do contacto com as auxiliares que me diziam como ela estava e se quando tinha algum momento lúcido perguntava pela família”.

PREOCUPADA

E prosseguindo, relata: “Mas, há cerca de duas semanas que deixaram de passar informação, e soube, agora, por outros familiares, que uma unidade tinha uma pessoa contaminada, uma utente e em outra unidade uma enfermeira. Por isso, fiquei preocupada e liguei, mas disseram que não tinham nada a dizer pois era informação confidencial e que a minha familiar estava estável”.

O relato sobre o assunto, sublinha, ainda, que “esta semana soube que a utente morreu e que além da enfermeira há auxiliares contaminadas e o caos numa das unidades, porque como uma pessoa morreu com a doença prevê-se que aconteça a mais”.

DIRECÇÃO NEGA

Contactado a propósito, o director da Casa de Saúde, Pedro Meneses, disse que ia “analisar a carta” da queixosa, salientando que tem havido comunicação entre doentes e familiares através de telefonemas e de videochamadas. ”Foram disponibilizados telemóveis para este fim”, afirma.

Sobre a situação no estabelecimento de saúde, adianta que a sua Comissão de Controlo de Infecção, da qual fazem parte profissionais de saúde, médicos e enfermeiros especialistas, implementou um Plano de Contingência, no qual foram identificadas medidas de prevenção e de contenção para fazer face à pandemia do Covid 19, protegendo assim os 380 doentes internados e os 300 profissionais de saúde.

Nomeadamente – especificou – com a criação de equipas de profissionais residentes por períodos de 14 dias, rastreados ao abrigo do protocolo existente com a Câmara de Braga. “Desde o início deste plano, foram suspensas visitas, estágios e serviço de voluntariado, acrescido o rigor de circuitos de pessoas e bens, de forma ao funcionamento estanque, “barreira sanitária”, das oito unidades de internamento desta instituição”, garante.

Apesar do rigor do plano de contingência implementado, – prossegue – “tivemos a informação através de um caso isolado (doente transferido para o Hospital de Braga) que lhe fora diagnosticado, com uma infecção pulmonar vírica do tipo SARS COV 2“.

E acrescenta: “Após esta informação e feito o rastreio às doentes desta unidade, obteve-se a informação positiva para um grupo de doentes da Unidade do Sagrado Coração de Jesus, assim como, para os profissionais deste serviço. Os resultados dos rastreios, foram de imediato comunicados à Autoridade que nos tutela- Delegação de Saúde de Braga, que para a qual enviamos os dados, com uma frequência diária.”

E a concluir: “Fez-se a avaliação do Plano de Contingência, e chegou-se à conclusão de que o mesmo é válido, e será continuado. Adicionalmente, foi reforçada a vigilância clínica (enfermagem e medicina interna) nesta unidade, dispondo esta instituição de saúde, dos meios necessários para continuar a prestar cuidados em segurança, tal como preconizado no plano de contingência e em articulação com os serviços clínicos do Hospital de Braga”.

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