A Escola de Psicologia da Universidade do Minho, em colaboração com outros parceiros, construiu um manual para profissionais que lidam com pessoas idosas vítimas de maus-tratos.
A iniciativa é o culminar do projeto europeu “SAFE”, que foi apoiado pelo programa Erasmus+ e incluiu instituições de Portugal, Finlândia, Grécia, Itália e Roménia.
O professor José Ferreira Alves, coordenador nacional do consórcio, refere que foi ainda criado um conjunto de procedimentos «multi-agência» para aqueles profissionais, em geral ligados à saúde, ao serviço social, ao direito e à segurança.
PROJECTO “SAFE”
O projeto “SAFE” decorreu nos últimos dois anos e a parte mais visível é o curriculum construído para a formação daqueles profissionais, principalmente de saúde e serviço social. O documento está acessível online e traz estatísticas, tipos de abusos e agressores, mitos, estudos de caso, procedimentos práticos e um apêndice com exercícios, especialmente destinado a formadores.
GUIA
O guia contou com contributos de membros da UMinho (das escolas de Psicologia, Enfermagem e Medicina), da Universidade Católica e da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. A concepção e intervenção do “SAFE” destacou-se pela perspetiva multi-agência, com diferentes profissionais a aprenderem melhor os limites e potencialidades da sua acção.
CRIAÇÃO DE UM PLANO NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ABUSO/VIOLÊNCIA A IDOSOS
Nas recomendações para os decisores políticos, aponta-se a criação de um Plano Nacional de prevenção de abuso/violência a idosos e a formação multidisciplinar obrigatória para todos os profissionais que gerem casos de abuso, com diretrizes claras sobre prevenção, identificação e intervenção adaptadas às especificidades dos idosos.
Por outro lado, propõe-se, ainda, a proteção de profissionais que denunciam/agem naqueles casos de abuso, além de serviços de apoio emocional e legal para vítimas de abuso de idosos, serviços para abordar agressores, plataformas digitais para denúncias e para os idosos procurarem ajuda ou conselhos e partilharem ideias. Por fim, defende-se uma maior mobilização social para defender ativamente os direitos da população idosa.