Os 150 restaurantes de Braga, que se associaram na URBAC19 – União de Restaurantes de Apoio ao COVID, promovem, esta manhã, um protesto de rua, na Praça do Município,“contra as medidas inócuas” propostas para o setor. Estas empresas representam 1.500 trabalhadores na região.
Ao que o Vilaverdense/PressMinho apurou, o presidente da Câmara Ricardo Rio vai anunciar algumas medidas de apoio ao setor, de vária índole, uma delas a da autorização para alargamento, gratuito, de esplanadas na via pública, de forma que os cafés e restaurantes possam manter a distância de 1,5 a dois metros entre as mesas, sem terem de reduzir à capacidade. Vai, ainda, anunciar suspensão de algumas taxas, até final de 2020.
A «manif», que vai decorrer na Praça do Município depois de ter sido autorizada pela PSP, envolve uma exposição de mesas na rua, um cemitério, de ‘cadáveres’ – feitos de sacos de lixo – e de espantalhos, simbolizando “o sentimento de derrota e de morte que se vive no ramo”. A ação termina ao meio dia com uma entrega de chaves ao presidente da Câmara, Ricardo Rio, e ao responsável do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins.
De acordo com Albino Fernandes, do Colinatrum/Café, o principal motivo de descontentamento radica no facto de menos de uma dezena de empresas do ramo em Braga terem recebido a verba a que têm direito por terem entrado em «lay-off»: “não se admite que digam que há um «lay-off» simplificado e, na prática, nos dêm um que é super complicado e não chega a tempo”, adiantou.
LAY-OFF NÃO CHEGOU
A URBAC concorda com o calendário do Governo para a reabertura só no dia 18, mas lamenta que os empresários tivessem de adiantar o dinheiro para que os funcionários não ficassem sem salário.
O segundo motivo de descontentamento é o que dizem ser a” impossibilidade prática” de acesso a financiamento bancário: “antes da crise do Covid conseguiam-se empréstimos a juros muito baixos. Agora, os bancos metem o «complicador», fazendo exigências absurdas, ou dizem que o dinheiro acabou”.
Entre as exigências agora pedidas – assinala – está a obrigatoriedade de as empresas terem capitais próprios positivos: “isto não tem sentido, porque, por exemplo, quem abriu há pouco e fez investimentos, não pode ter capital positivo. E o mesmo sucede com aqueles que se endividaram na crise de 2009 e que ainda estão a pagar esses créditos”, explica.
Albino Fernandes diz que a banca «inventa» critérios para não emprestar dinheiro, esquecendo o que devia ser o principal: “o que interessa é saber se as empresas, apesar de terem ainda capital negativo, dou ou não lucro. Mas isso não interessa aos operadores bancários”.