REGIÃO

REGIÃO -

Bloco quer impedir construção “incompreensível” em duna da praia Suave Mar em Esposende

O Bloco de Esquerda (BE) entregou, na Assembleia da República, um conjunto de questões ao Governo sobre a construção de duas moradias numa zona costeira “sensível e protegida” junto à praia Suave Mar, que terão sido licenciados pela Câmara Municipal de Esposende. Os bloquistas consideram “verdadeiramente incompreensível” o licenciamento das obras e “surpreendente” a passividade da direcção do Parque Natural do Litoral Norte.

O grupo parlamentar quer saber se o Governo “está disponível para anular as licenças das obras dos dois edifícios e proceder à restituição, o mais aproximada possível, das condições naturais originais da duna primária da praia”.

No documento enviado ao Ministério do Ambiente e da Acção Climática, o Bloco salienta que “apesar de existirem moradias no local há várias décadas, o licenciamento das obras das duas moradias aconteceu já após a criação do Parque Natural do Litoral Norte, que protege o cordão dunar, e após a promulgação do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Caminha-Espinho, que determina medidas de defesa e protecção da orla costeira”.

“Considerando os objectivos e as disposições previstas nos instrumentos de protecção da natureza, da paisagem e do ordenamento do território que abarcam o município de Esposende, afigura-se verdadeiramente incompreensível o licenciamento de obras de ampliação, construção e reconstrução no cordão dunar, pela Câmara Municipal de Esposende”, criticam os deputados no documento.

Para os bloquistas, “é igualmente surpreendente a passividade da direcção do Parque Natural do Litoral Norte, em particular, e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em geral, face ao atentado ambiental que constitui a edificação de imóveis em zonas sensíveis e protegidas, como é o caso do cordão dunar da praia Suave Mar em Esposende”.

“O Bloco de Esquerda considera que os valores ecológicos, geológicos, estéticos e paisagísticos da duna primária da praia Suave Mar devem ser salvaguardados, porque essa é a melhor garantia de resiliência da orla costeira face aos cada vez mais frequentes e intensos eventos climáticos extremos que põe em sério risco as populações, pelo que urge cumprir as normas criadas pelos instrumentos de protecção da natureza e ordenamento do território para aquela zona, nomeadamente, a interdição da construção, reconstrução e ampliação de edifícios no cordão dunar”, afirmam.

“A demolição do edificado cuja localização viola as normas e os objectivos preconizados nos instrumentos de protecção da natureza e do ordenamento do território deve ser encarada como uma acção necessária para proteger a orla costeira e, por inerência, as populações. De igual importância, é a restituição, o mais aproximada possível, das condições naturais originais da duna primária da praia Suave Mar, como medida para salvaguardar os valores do cordão dunar”, concluem.

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE