A segunda audiência do julgamento de uma mulher colombiana acusada de tentar matar o marido, nas Marinhas, Esposende, com uma facada nas costas enquanto este dormia estava marcada para a manhã desta sexta-feira, mas só vai realizar-se no dia 23.
Na primeira sessão, a mulher declarou: “Não sei. Não fui eu que o esfaqueei, nem tentei matá-lo”. E, posteriormente, veio a acrescentar que se «enrolou» com o marido numa briga e que este caiu em cima da cama, tendo sido espetado pela faca que ali estaria. Foi esta a versão dada ao Tribunal de Braga pela imigrante colombiana, Eliana Yurlev Henão, de 37 anos, já naturalizada portuguesa, a qual contou que, na noite do crime, em abril de 2018, discutiu com o marido, o português António Maria Ganas, após ter ido à cozinha beber água e comer uma maçã. Diz ter pegado numa faca para cortar a fruta e ter ido dormir para o quarto em que estava com dois adolescentes, um filho seu e uma jovem de 16 anos, filha dele. Afirmou que não sabe o que sucedeu depois, nem mesmo o destino da faca, só se lembrando de ter acordado os filhos e chamar o 112. Atribuiu as discussões do casal a ciúmes do marido. Esta versão é desmentida pela vítima que disse ao Vilaverdense/PressMinho que ela o esfaqueou nas costas, enquanto dormia, deixando-lhe uma parte da lâmina, com nove centímetros, no corpo, o que lhe perfurou um pulmão e chegou ao coração. E ainda tentou impedi-lo de respirar! “Mente. Quando foi detida disse à PJ/Braga e ao juiz que me tinha dado uma facada para me matar. Está no processo!, acrescentou. No final da audiência, a arguida empurrou, deitando-a ao chão, a mãe da vítima, tendo-lhe ainda chamado puta. O que lhe vai valer novo inquérito judicial no Tribunal
António Ganas apresentou duas queixas-crimes contra a mulher, de quem já pediu o divórcio. Diz que, quando saiu do hospital, ela tinha vendido um Audi seu e que os pertences pessoais que tinha em casa desapareceram.
FILHA SALVOU O PAI
Na próxima sessão, o Tribunal vai ouvir a filha da vítima, de nome Maria, agora com 18 anos, que acudiu ao pai quando este foi atingido pela faca: “ouvi os gritos dele, fui a correr e arranjei uns panos molhados para estancar o sangue que jorrava intensamente”, contou a testemunha na fase de inquérito. “ E consegui!”
A jovem garantiu que, e ao contrário do que diz a Eliana, foi ela que acordou com os gritos não tendo sido chamada pela «madastra»: “o meu pai deitou tanto sangue que, no final, quando veio a ambulância, eu própria estava ensanguentada da cabeça aos pés”, afirmou.
Ao que o Vilaverdense/PressMinho soube, a vítima, António Ganas não pediu nem vai pedir qualquer indemnização pela facada – isto se o coletivo de juízes o der como provado -: “A única coisa que quer é que ela o deixe em paz”, disse fonte da família.