A falta de investimento através do Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030 na ferrovia na região Cávado e Ave mereceu críticas da Concelhia de Braga do CDS-PP, que acusa o Governo de “centralismo desmedido” em benefício de Lisboa e do Porto. Bessa apela ao recém-eleito presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) que intervenha nesta questão que “se pode mostrar fracturante num futuro próximo”.
Lembrando que o partido reivindicou a ligação Braga-Vigo e a retoma da ligação Porto-Vigo, após término do estado de Emergência, Altino Bessa afirma que o PNI 2030 “pauta-se por falta de equitatividade territorial, conduzindo a uma série de assimetrias que não podem ser admissíveis”.
“Assiste-se, mais uma vez, a um centralismo desmedido”, atira o presidente da Concelhia centrista.
O também vereador do Ambiente e Alterações Climática, referindo que no debate sobre o PNI 2030 Lisboa reclamou mais comboios e o Porto apostou na expansão do metro, Bessa interroga “e Braga e as restantes regiões? Essas não têm viva voz?”.
APELO A ANTÓNIO CUNHA
“Este centralismo continua a ser prejudicial para o território em várias esferas.”, afirma, considerando que, na questão da mobilidade, “este seja um desafio” para o presidente da CCDR-N, António Cunha (eleito esta terça-feira, “na medida em que acredito que um dos seus intentos será o combate a tais desigualdades”.
O presidente da Concelho centrista frisa que “o PNI 2030 tinha que reflectir um amplo consenso em torno de prioridades de investimentos infra-estruturais nos sectores da mobilidade e transportes, ambiente e energia, imprescindível para o desenvolvimento colectivo e para a coesão territorial e social do país. Ora, sendo que nenhuma intervenção/melhoria está prevista para Braga e rede Quadrilátero [Braga, Guimarães. Famalicão e Barcelos], só podemos concluir que o território não é olhado de igual forma”.
E acrescenta. “Enceta-se uma melhoria na linha do Norte que pára no Porto? A melhoria não abrange Braga porquê? Esta e outras questões têm quer ser discutidas no sentido de reivindicarmos as mesmas condições de investimento para a região do Minho”.
“Sendo que o investimento na ferrovia faz parte do futuro, o mínimo no PNI era que houvesse consenso territorial. Temos nós que andar atrás do prejuízo? Isto é, temos de percorrer um longo caminho para recuperar o atraso? Não tem que ser assim e, como tal, sugerimos ao presidente da CCDR-N que tome este como um assunto prioritário (entre tantos outros). Estamos certos que saberá defender os interesses do Eixo Braga-Guimarães e do Quadrilátero Urbano”, sustenta.
“IMPERATIVO REGIONAL”
Altino Bessa defende que “a ferrovia é um tema imperativo para o território tratando-se de um sector fundamental para o desenvolvimento da região em várias vertentes como o turismo, o urbanismo, a cultura, entre outras”. Assim, para o responsável centrista “urge que haja sensibilidade às necessidades do território”.
“Ou conseguimos mudar o paradigma ou estaremos sempre a insistir no erro”, alerta, apelando para que se faça do investimento na ferrovia “uma parte essencial e integrante de todo o território”.
Altino Bessa diz “confiar” que António Cunha, candidato único à CCDR-N indicado pelo PS e PSD, e com o apoio do CDS-PP, “será o principal defensor de compromissos e consensos na definição das prioridades nesta e noutras áreas preponderantes para a região, por isso, apelamos à sua intervenção numa questão que se pode mostrar fracturante num futuro próximo”.