O Ministério Público de Braga acusou um casal de Fafe da prática, em co-autoria, dos crimes de burla qualificada e abuso de confiança, na pessoa de uma mulher de 92 anos, sua familiar, a quem retirou 280 mil euros.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto revelou, hoje, no seu site, que o Ministério Público considerou indiciado que a arguida é sobrinha da vítima, uma mulher idosa nascida em 1928; e que após a morte do marido da vítima, em 2013, como não tivesse a mesma descendentes, os arguidos a convenceram a residir com eles, na sua casa de residência, em Fafe.
Mas mais indiciou que, sabendo arguida e arguido que a vítima detinha um vasto património investido, quer em produtos financeiros, quer em depósitos bancários, decidiram apoderar-se dele.
Descreve a acusação que, para isso, arguido e arguida, “aproveitando-se da condição vulnerável da vítima, a convenceram a outorgar-lhes, em 2015, duas procurações, a pretexto de que eram necessárias para tratar de pequenas questões burocráticas, nomeadamente o levantamento de correio registado”.
Estas procurações, contudo, acrescenta o Ministério Público, “concediam-lhes poderes para procederem ao resgate de aplicações financeiras ou à movimentação de contas bancárias de que fosse a vítima titular, aspecto que lhe foi omitido; e com elas, descreve-se, arguido e arguida efetuaram levantamentos e transferências de contas bancárias e resgataram aplicações financeiras, sem autorização da vítima e contra a sua vontade, apoderando-se do montante global de 280.970 euros, que eram dela pertença.
O MP pede que, sem prejuízo dos direitos da ofendida, sejam os arguidos condenados a pagar este montante ao Estado, por corresponder à vantagem que tiveram com a prática do crime.