Ricardo Rio reconheceu não estar “confiante” que o concelho de Braga desça para um patamar intermédio de risco de covid-19, considerada a incidência cumulativa a 14 dias por 100 mil habitantes, e consequente alívio de algumas das restrições.
Falando esta sexta-feira aos jornalistas à margem do encontro com o embaixador do Irão em Portugal, o presidente do município afirmou que actualmente o número diário de novas infecções por covid-19 regista um aumento relevante.
“Temos cifras muito elevadas, com 100 a 200 casos por dia”, diz Ricardo Rio, explicando que estão disseminados por todo o concelho, não existindo surtos isolados.
O autarca revela, então, que “mais de 3%” da população do território bracarense “já terá estado infectada” pela SARS-CoV-2.
Escusando-se a criticar a actuação global do Governo no combate à pandemia da Covid-19, Ricardo Rio afirma ter “algumas reservas”, defendendo uma abordagem “equitativa”, em contraponto à “dimensão diferenciadora do território”.
O autarca defende, contudo, uma redução das excepções nos períodos de recolher obrigatório, sustentando que a melhor forma de combater o novo coronavírus é promover a responsabilidade individual.
“Se cada um se proteger, protegemos todos os outros”, remata, em jeito de apelo.
Refira-se que no período entre 28 de Outubro e 10 de Novembro, a Direcção-Geral da Saúde indicava para o concelho de Braga uma incidência de 824 casos, mais de três vezes que a incidência para a declaração de risco elevado de contágio (mais de 240).
Recorde-se que segundo notícias tornadas públicas pelos partidos após os encontros com o Presidente da República, o Executivo estuda a implementação três escalões de gravidade em função da incidência por 100 mil habitantes nas duas semanas anteriores.
Caso se confirme este cenário, Braga ficaria num escalão intermédio, entre os 480 e 960 novos casos, o que diminuiria as restrições, nomeadamente com o recolher obrigatório a passar exclusivamente a acontecer todos os dias da semana entre as 23 e as 5 horas.