Ricardo Rio avisa que o crescimento do Chega e de André Ventura deve ser “um motivo de reflexão e preocupação para quem quer a democracia a funcionar de uma forma mais equilibrada”.
Em declarações à Rádio Universitária do Minho (RUM), o presidente da Câmara Municipal de Braga lembra que o Chega é “um partido anti-sistema que recolhe apoios de todos os quadrantes políticos”.
“É importante os partidos deixarem de meter a cabeça na areia e de pensarem que apenas está a conquistar simpatia de eleitores que concordam com a sua ideologia”, alerta
Recorde-se, que tal como aconteceu a nível global, André Ventura, ficou em terceiro lugar no concelho bracarense, com 8.433 votos.
No que respeita aos resultados dos restantes candidatos, o autarca, divide em “dois microcampeonatos”, com “ligeiras flutuações” entre concelhos.
“No caso de Braga, houve uma diferença mais significativa entre Ana Gomes (15%) e André Ventura (10,17%). Depois há o resultado de Tiago Mayan Gonçalves que foi superior [ficou uma posição acima no concelho] e uma derrota dos candidatos do Bloco de Esquerda e do PCP, que não chegaram aos 5%”, analisa aos microfones da RUM.
Ricardo Rio destaca ainda que as votações no concelho “não foram muito distintas” da realidade global e demostram uma “vitória, clara, inequívoca e esmagadora” de Marcelo Rebelo de Sousa, com “muito mérito pessoal”.
Do ponto de vista global, a taxa de abstenção rondou os 60,51%, mas em Braga o valor foi de 49,86%, ou seja, mais de metade dos eleitores foi às urnas. Apesar de enaltecer o maior envolvimento dos bracarenses em relação à população em geral, Ricardo Rio reconhece que os números não são animadores e elenca três aspectos.
“As presidenciais são eleições que não suscitam uma mobilização tão significativa como outros actos eleitorais. Em segundo, houve uma falha ao ter havido menor envolvimento das estruturas partidárias. E há um terceiro e decisivo aspecto que é a questão pandémica que vivemos, que, de forma formal ou informal, tirou muita gente das urnas”, explica.