OPINIÃO

OPINIÃO -

Cada um de nós influencia o mundo

Artigo de Rute Silva

 

Já reparou que é uma ilusão pensar que somos seres independentes, só porque cada um de nós conduz o seu automóvel, tem a sua casa, a sua vida, o seu emprego, os seus próprios problemas? Estamos intrínseca e inegavelmente ligados. Ao mundo e aos outros. Tudo o que fizer vai influenciá-los. E vice-versa. 

Lembre-se de como se sentiu quando o seu chefe, ou algum colega, foi desagradável consigo. Quando ninguém o deixou passar na fila de trânsito e já estava atrasado. Ou quando achou que fez um ótimo trabalho, mas ninguém reconheceu isso. Foi no carro a maldizer os outros?  Chegou a casa de mau humor? Descarregou a raiva na família? É provável que sim, e é também provável que, na fila seguinte, não tenha cedido a passagem porque “a mim também ninguém ma cedeu”. Agora imagine um cenário diferente.

Certamente já elogiou alguém. Como lhe pareceu que a pessoa se sentiu? Eu diria valorizada, feliz e motivada. O que talvez nunca lhe ocorreu, é como ela se vai comportar depois. E se aquela pessoa, nesse dia – graças ao seu elogio -, for à padaria e tratar bem a funcionária que a atender? E se em vez de discutir com o cônjuge, se sentir mais disponível para uma boa conversa? E, se dar banho aos filhos nesse dia não for tão penoso, mas divertido? Como imagina que se vão sentir essas pessoas – a funcionária, o cônjuge, os filhos? 

Vamos mais longe: como acha que essas pessoas vão agir depois? Por favor, acompanhe o meu raciocínio. A funcionária irá, também ela, para casa bem-disposta. O cônjuge irá trabalhar no dia seguinte e criar um bom ambiente, por a noite ter sido agradável. E os filhos certamente sentir-se-ão mais amados, irão para a escola mais contentes e serão mais autênticos no convívio com as outras crianças. Não quero ser exaustiva, mas agora imagine isto multiplicado por milhares, milhões de pessoas, milhões de vezes, todos os dias.

Às vezes, basta um sorriso a um estranho, segurar uma porta, ceder a passagem, fazer um elogio sincero, dar um “bom dia”, um carinho, pedir “por favor” e dizer “obrigado”. 

Se eu lhe contasse quantas vezes gestos como estes mudaram o meu dia e o meu estado de espírito, numa fase menos boa da minha vida, não iria acreditar. Porque coisas simples como estas fazem-nos pensar que ainda há pessoas boas, que o mundo não é um lugar assim tão duro e que podemos remar todos para o mesmo lado. Compreende? 

Não espere que os outros comecem. Tem de partir de si. Aja de forma diferente e os outros certamente também o farão.

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