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Câmara de Braga aprova voto de pesar pela morte do historiador minhoto Cónego José Marques

A Câmara de Braga leva a aprovação, esta segunda-feira, em reunião do Executivo, um voto de pesar pelo falecimento, a 29 de Janeiro, aos 83 anos, do Cónego José Marques, o qual, além de sacerdote dedicado à comunidade foi um insigne historiador das coisas da Igreja, de Braga, do Minho e de Portugal.

A proposta, da vereadora Lídia Dias, lembra que José Marques foi “um dedicado investigador da nossa história medieval”.

A Arquidiocese de Braga, no seu site, elencou a biografia do Cónego. Nascido a 11 de Agosto de 1937 em Rouças, Melgaço, prosseguiu os estudos – após a instrução primária – no Seminário de Braga, sendo ordenado sacerdote na Sé Catedral a 15 de Agosto de 1961.

A partir de Outubro desse ano e até Setembro de 1970 serviu como prefeito no Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo. Foi nomeado cónego em 1987, sendo entre Outubro de 1990 e Janeiro de 2000 mestre-escola do Cabido Metropolitano e Primacial Bracarense.

Entre Fevereiro de 1989 e Outubro de 1990 foi director do Instituto de História e Arte Cristã e, por extensão, do Arquivo Arquidiocesano. Embora nunca tenha sido nomeado pároco, foi, durante três décadas, uma presença assídua na Basílica dos Congregados, quer presidindo à Eucaristia, quer concelebrando.

HISTÓRIA RELIGIOSA

O Cónego José Marques tem uma importante obra de investigação a respeito da história religiosa de Portugal, mais especificamente do Norte do país durante a Idade Média.

O percurso na área da História inicia-se em 1969, quando inicia a licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), que conclui em 1974, especializando-se depois, em 1976, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, como bibliotecário-arquivista.

Em 1982 realizou provas de doutoramento na FLUP com a tese ‘A Arquidiocese de Braga no século XV’, sendo director da Faculdade entre 1982 e 1985. Ascendeu a professor catedrático após realizar as provas de agregação em 1989/90. Aposentou-se em 2003.

Foi fundador do Curso de Especialização em Ciências Documentais da FLUP, que coordenou até 2003 e coordenador, até Fevereiro desse ano, da sua Secção de Ciências Documentais. Coordenou ainda a Revista da Faculdade de Letras entre 1984 e 1988 e foi membro do Instituto Galaico-Minhoto, do Centro de História da FLUP (do qual foi co-fundador em 1982), da Real Academia de la Historia de Madrid, das Sociedades de Estudos Medievais portuguesa (sócio fundador desde 1985) e espanhola, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Comission Internationalle de Diplomatique (membro desde Outubro 1986, seu vice-presidente em 2008), e do Comité International de Paléographie Latine (desde 1989).A Arquidiocese de Braga, a família e as comunidades às quais serviu unem-se agora em oração e agradecem a Deus pelo seu ministério sacerdotal e pelo dom da sua vida.

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