O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre o encerramento de três pontes sobre o rio Minho, no âmbito da implementação de medidas sanitárias de resposta à crise sanitária provocada pela covid-19.
Nos documentos entregues na Assembleia da República, dirigidas à ministra da Coesão Territorial e também aos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna, os bloquistas afirmam que “a decisão foi tomada de forma centralizada, tanto do lado de Portugal como do lado do estado espanhol, sem atenção à características próprias destes territórios e esquecendo que milhares de trabalhadores e trabalhadoras têm que atravessar a fronteira todos os dias, tendo sido altamente prejudicados pelo aumento de horas que passaram a ter que fazer para se deslocar ao trabalho”.
Recorde-se que, actualmente, mantém-se somente em aberto por 24 horas a ponte Valença-Tui.
“EFEITO FUNIL”
Segundo os bloquistas, “esta medida de encerramento de fronteiras numa região tão densamente povoada e com tão elevado fluxo de transito rodoviário, à semelhança do ocorrido em anteriores períodos de confinamento e já comprovado nos primeiros dias da presente semana, potencia o “efeito funil” criando quilómetros de filas de trânsito no único ponto de passagem”.
Assim, o BE quer saber se “existem ou existiram conversações com responsáveis governamentais espanhóis para a implementação de medidas específicas para os territórios transfronteiriços” e se o Governo “tem pensada a implementação de medidas que facilitem o trânsito de trabalhadores transfronteiriços, evitando o acumular de horas diárias que estes trabalhadores se vêm obrigados a fazer com a reposição do controlo de fronteiras”.
O partido quer ainda esclarecer se o Governo “está receptivo à reabertura de outras pontes transfronteiriças sobre o Rio Minho, tal como é reivindicado pelos autarcas dos municípios portugueses e da Galiza e tal como sucedeu no passado mês de Março aquando do anterior período de confinamento”.
Legenda: Protestos dos autarcas portugueses e galegos contra encerramentos de fronteiras em Fevereiro/Foto TVI