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Câmara quer construir casas para resolver carências. Moradores de Ferreiros rejeitam bairro social

A comissão de moradores da freguesia de Ferreiros está a circular por várias freguesias do concelho de Braga um ‘abaixo-assinado’, onde pede que não se construam habitações de cariz social na Rua Edgardo Malheiro, já no limite com a freguesia de Aveleda (zona de Mazagão). Mas a Câmara diz que não haverá “bairro social”.

Em síntese: os residentes temem que ali sejam realojadas famílias provenientes de bairros sociais, mas a vereadora com o pelouro da Habitação, Olga Pereira, disse ao Vilaverdense que as casas que vierem a ser edificadas se destinam, em 70 por cento a pessoas carenciadas da União de Freguesias de Ferreiros e Gondizalves e o restante em freguesias limítrofes.

A Câmara debate esta segunda-feira em reunião do executivo de vereadores um documento complementar à Estratégia Municipal de Habitação, a qual prevê um investimento de 45 milhões de euros para resolver a situação de 781 famílias que vivem sem condições de dignidade.

Um dos locais onde serão construídas casas – logo que o Instituto de Habitação estatal dê o apoio previsto na lei – é nas Ferreiros, o outro será nas Enguardas.

DESESTABILIZAÇÃO SOCIAL

Na petição, alguns moradores pedem a “revogação imediata da decisão de construção de 59 fogos de habitações acessíveis num terreno municipal situado na Rua Edgardo Malheiro”.

A sustentar o pedido, a comissão apresenta três pontos: o terreno deveria ser um espaço de lazer, a “segregação social” por famílias pobres morarem juntas e a “desestabilização social” para a “pacata comunidade” que já lá habita.

A comissão crê que o espaço em causa deve ser para usufruto das famílias que já residem naquela área conhecida por ser “pacata” e que a construção de “bairros sociais” já se demonstrou ineficaz, aumentando a prática de actos ilícitos nos locais onde são construídos e levando a que alguns já tenham sido demolidos.

VEREADORA NEGA

Em resposta, Olga Pereira afirma que o abaixo assinado “enferma de várias inverdades, provavelmente motivadas pelo desconhecimento dos seus promotores”.

“Sem prejuízo do exposto, sempre se diga que no local em causa não se encontra prevista a construção de 59 fogos, antes se tratando de 38 habitações, de tipologia variável entre T1 a T4, de estética e dimensão semelhantes aos blocos vizinhos”, explica.

Sublinha que se destinam a “alojar sobretudo, famílias provenientes da própria União de Freguesias de Ferreiros e Gondizalves e freguesias limítrofes”, rejeitando acusações de moradores que afirmam que os novos inquilinos vêm de outros bairros sociais já existentes na cidade.

“Não se tratando obviamente de um bairro social, não podemos também subscrever algumas das considerações constantes do abaixo-assinado”, acrescentou.

A autarca garante que a Câmara “não deixará de promover uma reunião com os signatários, assim que abaixo-assinado chegue aos serviços municipais, e em articulação com as Juntas e Uniões de Freguesia abrangidas, para prestar o esclarecimento cabal do tema”.

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