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Ricardo Rio recusa acordo em Braga com um Chega que “não merece qualquer credibilidade”, mas não o exclui a nível nacional

Ricardo Rio não está com paninhos quentes ao dizer que o Chega não merece “qualquer tipo de credibilidade”, descartando assim qualquer possibilidade do partido de André Ventura vir a integrar a coligação PSD/CDS/PPM que lidera. Não exclui, no entanto, um entendimento a nível nacional à direita, de modo a tirar os socialistas do Governo e garantir “um normal funcionamento da democracia”.

Revelando ao Irrevogável, programa de entrevistas da revista VISÃO, que convidou a Iniciativa Liberal a reunir-se Juntos por Braga – que recusou – ao contrário do Aliança, que aceitou, o presidente da Câmara bracarense não deixa dúvidas sobre o que pensa do Chega.  

“Nem é um partido, nem a nível nacional nem local, que os seus protagonistas mereçam qualquer tipo de credibilidade para poderem ser envolvidos no projecto que eu represento”, diz o autarca, que está no final do segundo mandato à frente do município.

Ricardo Rio é novamente contundente: “tenho de valorizar a intervenção na sociedade de quem possa enriquecer os projectos. E neste caso, ao nível do que são os protagonistas locais do Chega, não lhes revejo nenhuma capacidade de poderem aportar esses mesmos contributos. Nunca o tiveram até hoje”.

Candidato a um terceiro mandato, Ricardo Rio não afasta, no entanto, a hipótese de o PSD nacional chegar a acordo com o Chega para obter uma maioria parlamentar, tal como aconteceu nos Açores, isto no caso não se registar “uma mudança de postura” do PS.

“Vivemos situações que há anos eram impensáveis, em que quem não ganhasse umas eleições não seria governo. Hoje, não basta ganhar eleições. É preciso constituir uma maioria alternativa que possa dar estabilidade parlamentar. Caso contrário, será um trinfo agridoce”, contextualizou, daí a participação partido de extrema direita de modo a garantir “um normal funcionamento da democracia”.

 “Criar uma maioria parlamentar no contexto nacional, como aconteceu nos Açores, será mais ou menos incontornável”, sustenta, assegurando, todavia, que não daria ao Chega “responsabilidades governativas, ao contrário do que é a pretensão do seu líder”. 

Mas facilitaria acordos para “uma governação sustentada”, refere.

Pronunciando-se sobre os três anos de liderança de Rui Rio, o autarca reconhece, ainda na entrevista à VISÃO, “fragilidades e erros vários que o partido no seu todo foi acumulando” e que “o próprio presidente terá tido, aqui e além, opções menos correctas”. 

“O PSD, no seu todo, [tem de] ter outra capacidade de mobilização e afirmação de um conjunto de ideias muito claras para o país e de se corporizar numa alternativa”, alerta.

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