A eurodeputada Isabel Carvalhais juntou a sua voz ao movimento “End the Cage Age” durante a apresentação da iniciativa de cidadania europeia no Parlamento Europeu, defendendo que a Comissão Europeia «termine com a produção pecuária em gaiolas».
Para a eurodeputada, «olhando para esta iniciativa, gostaria de sublinhar que a produção pecuária é parte do nosso sistema alimentar, mas tal facto não pode ser sinónimo de objectificação dos animais, da negação da sua existência como seres sencientes, capazes de sentir e de sofrer».
Segundo Isabel Estrada Carvalhais, o confinamento intensivo dos animais em gaiolas representa «uma vida inteira de restrição, de completa impossibilidade de expressarem os seus comportamentos naturais, prejudicando o seu bem-estar, reduzindo-os a meras “coisas” o que não é de todo aceitável».
Declarou, ainda, que a revisão da legislação do bem-estar animal – prevista no âmbito da Estratégia Do Prado ao Prato – é uma «oportunidade para promover o fim dos sistemas de produção em gaiolas». Contudo, realçou ser «necessário o apoio aos agricultores para que essa transição se faça».
«A discussão hoje já não é em torno de saber se fazemos ou não essa transição, mas sim em torno de como a podemos concretizar», destacou.
FACTOS NA EUROPA E EM PORTUGAL
De acordo com a Iniciativa de Cidadania Europeia “End the Cage Age”, «mais de 300 milhões de animais de criação são criados em gaiolas em toda a Europa. Mais de 170 organizações e 1,5 milhões de cidadãos solidários em toda a Europa uniram esforços para reforçar esta iniciativa como forma de influenciar os legisladores».
A Iniciativa reuniu quase 14.000 subscritores em Portugal, onde mais de 12 milhões de animais são mantidos em gaiolas, numa das percentagens mais elevadas na União Europeia neste sistema de produção.
A 15 de julho, a Comissão da UE vai decidir se iniciará um processo legislativo para proibir a criação em jaulas.