O que parecia ser um repto ou um desafio, era afinal um presente de aniversário que o presidente da Câmara Municipal de Braga entregou, esta sexta-feira à noite, ao Centro Social do Vale do Homem: o convite para participar num projecto-piloto dedicado à primeira infância.
Foi através de mensagem gravada que Ricardo Rio lançou o que chamou “um desafio importante” ao CSVH e que apanhou de surpresa a centena de convidados que, no Museu dos Biscainhos, participavam na comemoração dos ’15 anos de afectos’ e aguardavam pela apresentação do livro ‘CSVH -15 anos’ por Francisco Assis, presidente do CES- Conselho Económico e Social.
A “experiência-piloto” de que falou o autarca, pretende dar resposta a uma necessidade que muitos trabalhadores sentem, sobretudo os que trabalham à noite e têm grande dificuldade em deixar os filhos bebés.
Em conversa com os jornalistas, o presidente da direcção do CSVH, Jorge Pereira, reconheceu que a instituição ainda “não tem respostas no terreno” para aquela faixa etária, embora adiante que a questão “está já a ser trabalhada, mas ao nível do gabinete”.
“Estamos satisfeitos e orgulhosos por o presidente do município de Braga ter demonstrado disponibilidade para envolver o Centro Social num projecto que, pelo que entendi, quer ser uma resposta inovadora”, afirmou, realçando o carácter “cheio de simbolismo” ao acontecer num “dia muito importante para nós”.
De acordo com Ricardo Rio, o projecto envolve o município, a Junta de Freguesia de Gualtar – onde o CSVH pretende inaugurar na Primavera do próximo ano um novo lar para a terceira idade – e a Comissão de Trabalhadores do Hospital de Braga.
“Há a possibilidade de se chegar a um entendimento para dar essa a resposta inovadora na área do berçário e da creche”, afirma Jorge Pereira, lembrando que “há necessidade de adaptar estes serviços aos novos horários laborais por todo o país”, como está expresso no Plano de Recuperação e Resiliência.
“Trata-se de uma resposta que não existe no concelho de Braga”, diz. “Braga é uma cidade que tem crescido muito e consequentemente tem muitos trabalhadores em turno nocturno. Esses trabalhadores, esses casais que tem filhos precisam de deixar o seu bebé numa creche ou num berçário para terem de condições para poder trabalhar, como acontece com os funcionários do Hospital de Braga que fazem as noites”.
O tal projecto-piloto, avança Jorge Pereira, passa “por exemplo, ter estes serviços a funcionar 24 horas por dia, e não só das 9 horas da manha às 19 horas”.
“Estou ansioso por saber o que daqui pode surgir”, remata Jorge Pereira.