OPINIÃO

OPINIÃO -

Em que mundos virtuais vivem os seus filhos?

Por Paulo Guimarães
Membro Cooptado da CPCJ de Vila Verde

Podíamos usar este espaço para discorrer sobre cyberbullying, sexting, grooming, jogos perversos online, usurpação de identidade, entre tantos outros perigos que pululam no pântano da Internet, mas centremo-nos no crescimento das fake news (desinformação).

É um imperativo educacional consciencializar os jovens para a fragilidade da informação que circula nas redes sociais e em sites não fidedignos, bem como afastá-los dos discursos de ódio que por aí proliferam. A utilização saudável das tecnologias de informação pode ser um complemento à aprendizagem e ao crescimento intelectual, mas para isso, é importante que os pais estejam atentos aos conteúdos consumidos pelos filhos e às suas companhias online.

A título de exemplo, a importância deste acompanhamento é evidente quando há vídeos de suicídios a circular no TikTok, partilhados por milhões de jovens; quando um influencer incentiva os seus seguidores a faltarem às aulas e a adotarem atitudes subversivas em relação aos pais; quando um youtuber filma e ridiculariza o cadáver de um jovem que se suicidou numa floresta do Japão. Consideraria este tipo de pessoas boas companhias para o seu filho?

Proibir ou bloquear o acesso ao mundo digital não resolve o problema. A solução é acompanhar, orientar e aconselhar, o que exige tempo e predisposição por parte dos pais para conhecerem os passos dos filhos nas suas vidas digitais. A realidade paralela em que vivemos quando abrimos uma rede social é parte indissociável da vida do séc. XXI.

Não devemos ser avessos às tecnologias de informação, mas sim torná-las instrumentos de desenvolvimento intelectual e de partilha de boas experiências e ideias, o que exige de todos nós um olhar filtrado, crítico e atento. No caso das crianças/jovens que, pela sua imaturidade, têm um olhar ingénuo, incauto e demasiado permeável é necessária uma constante monitorização. Não se trata de policiar, trata-se de acompanhar e educar para o mundo digital.

Finalmente, pense na Internet como um passeio com o seu filho numa festa popular. Certamente não lhe largaria a mão no meio da multidão. E se lhe desse um pouco de liberdade, não o iria perder de vista.

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE