Um homem de 45 anos, de Cruz, Vila Nova de Famalicão, foi condenado a 15 anos de prisão por 452 crimes de abuso sexual e violação, sendo as vítimas as duas filhas.
Por acórdão de 7 de Junho, a que a Lusa teve acesso nesta terça-feira, o Tribunal de Guimarães condenou ainda o arguido ao pagamento de indemnizações às filhas num valor total de cerca de 80 mil euros.
O arguido foi condenado por 53 crimes de abuso sexual de crianças agravado, 208 crimes de abuso sexual de menores dependentes agravado e 191 crimes de violação agravada.
O tribunal deu como provado que a principal vítima dos abusos sexuais foi a filha mais velha do arguido.
Os abusos terão começado quando tinha 13 anos, altura em que o pai lhe terá dito que a ia «preparar para o futuro».
Só pararam quando a filha, aos 21 anos, contou a uma amiga o que se estava a passar e avançou com uma denúncia na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
Os abusos eram perpetrados quase sempre na residência da família, mas também aconteceram num monte próximo da habitação.
À medida que a filha se ia aproximando da maioridade, o arguido terá começado a intensificar o controlo sobre a mesma, opondo-se até que tivesse um relacionamento de namoro.
Posteriormente, quando a filha começou a namorar, só a deixava ir ter com o namorado se antes mantivesse relações sexuais com ele.
O tribunal deu também como provado que o arguido abusou igualmente da filha mais nova, numa altura em esta tinha 13 anos.
No acórdão, o tribunal sublinha que a actuação do arguido “choca a comunidade em geral e as famílias em particular, no plano dos sentimentos de respeito, empatia e compaixão e da pureza de afectos que estão associados a qualquer relação de paternidade saudável».