Em dia de visita ao concelho de Vila Verde, onde presidiu a várias cerimónias, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, ouviu muitas revindicações e pedidos, sobretudo relacionados com acessibilidades e apoios sociais.
No Vade, o presidente da Junta, Carlos Cação, pediu uma intervenção de fundo na Estrada Nacional (EN) 101, considerando como prioridade a correcção do traçado daquela via, nomeadamente no troço entre o centro de Vila Verde e a fronteira com Ponte da Barca.
«A Infraestruturas de Portugal anunciou há pouco uma intervenção, mas isso não vai resolver os grandes problemas que existem, porque fará a requalificação do piso e pouco mais. É, aliás, um desperdício de dinheiro público», criticou.
Logo depois, o presidente da Câmara, António Vilela, reiterou a importância de uma variante a Vila Verde, que permita descongestionar o trânsito no centro da vila e fazer com que o acesso a Norte seja mais rápido.
«Tínhamos muita esperança que essa obra fosse incluída no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que infelizmente não aconteceu. Continuamos a acalentar a esperança de que será feita, com o esforço do Governo e a nossa cooperação, se necessário», afirmou.
Olhando aos instrumentos financeiros que trarão muitos milhões de euros a Portugal, o PRR e o novo quadro comunitário de apoio, o autarca pediu que os Municípios de baixa densidade possam ter acesso a estes fundos, pedindo «mais agilidade e menos burocracia» na hora das candidaturas.
«Ainda há infra-estruturas básicas nestes territórios, como é o caso de Vila Verde, que precisam de investimento. Falo, por exemplo, da água e do saneamento. A nossa esperança é que estes fundos possam servir para estes Municípios», reforçou.
APOIOS SOCIAIS
Também o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, aproveitou a presença da Ministra para lançar um alerta ao Governo, sublinhando que, «para além de reconhecer, é preciso apoiar» o trabalho das instituições sociais.
«Os Centros Sociais fazem uma enorme ginástica, todos os meses, para responder às obrigações e garantir a qualidade do serviço prestado. Há muita dificuldade e é urgente olhar para isto», apelou.
Durante a inauguração do novo espaço do Centro Social da Paróquia de Covas, D. Jorge Ortiga disse que este é um assunto que «deverá merecer da parte do Governo uma resposta mais consciente», uma vez que a comparticipação da Segurança Social «é insuficiente».
«Não podemos continuar nesta situação, uma vez que há algumas instituições que vão ameaçando a ruptura», referiu.
O TAL CADERNO DE ENCARGOS
No final das cerimónias, a Ministra Ana Abrunhosa disse levar para Lisboa um verdadeiro «caderno de encargos» e garantiu «empenho» para «procurar responder aos anseios» que lhe foram transmitidos.
Sobre os fundos comunitários, a governante lembrou que, além do PRR e do novo quadro de apoio, ainda há verbas do actual quadro comunitário que podem ser executadas até 2023.
Numa resposta directa a António Vilela, disse que Vila Verde «não tem tido queixas», uma vez que tem conseguido aceder a várias verbas comunitárias, sublinhando que as autarquias são «parceiros importantes» para intervir nos territórios.
«Tenho a certeza que o Município de Vila Verde terá em carteira muitos projectos que terão acolhimento, seja no Plano de Recuperação e Resiliência, seja nos quadros comunitários, para continuar a dar dinâmica ao concelho», apontou.
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