Fomentar o contacto entre os partidos e os eleitores é o ponto alto da Semana da Democracia, que inclui uma campanha contra a abstenção que o Movimento de Cidadania Contra a Indiferença promove entre os dias 6 e 12 de Setembro, a duas semanas das Eleições Autárquicas.
Sobre o mote de ‘Não à Abstenção Eu Voto’, a campanha, apresentada esta segunda-feira, pretende ultrapassar as fronteiras do concelho de Braga e chegar a todo o país, já que o absentismo eleitoral é uma realidade que atravessa os territórios nacionais sem excepção, tendo, por exemplo, ultrapassado os 45% nas últimas Presidenciais. Um autocolante dá visibilidade à campanha e à própria Semana da Democracia.
O encontro com os partidos, que tem no PSD, CDS e PS os primeiros interessados, funciona como um ‘open day’, um dia aberto, no dia 11, que, segundo o antigo jornalista Paulo Sousa e mentor do movimento, pode ter como cenário as sedes partidárias ou na praça de República (Arcada), no centro da cidade.
O objectivo é, explica o actual consultor na área dos sistemas integrados de gestão, não só inverter a tendência de ‘fugir’ ao voto, mas igualmente dar a conhecer as agendas partidárias, apelando ao voto, e à cidadania activa.
O Movimento, cujo número de subscritores aumenta dia-a-dia, ultrapassando já as duas centenas, não está só. Como o público-alvo são os mais jovens, diversas associações juvenis (e não só) são parceiras da iniciativa: Federação das Associações Juvenis do Distrito de Braga (Fajup) – que representa mais de 150 organismo de juventude, a Associação Juvenil Synergia, a Associação JovemCoop – Jovem cooperante Natureza/Cultura, a Associação Braga + Cultura, Património – Cidadania, a Associação Encontros de Imagem e a ASPA-Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural.
Paulo Sousa reconhece que até ao dia das Autárquicas, a 26 de Setembro, há pela frente “muito trabalho”, até porque “é urgente” acordar para o que abstenção faz ao país: “enfraquece a Democracia”.
Este é um combate que só se atinge com uma “mudança efectiva” da relação entre dos políticos com o cidadão.
“Não podemos ter medo de exercer o que a democracia nos permitiu ter”, diz Sousa, sustentando que este exercício de cidadania activa “significa que nos podemos alhear do que se passa à nossa volta, do direito que de nos questionarmos” e de acesso a “informação clara” para desenvolver “capacidade crítica”.
“Se não o fizermos nada pela democracia, perderemos a democracia”, avisa Paulo Sousa.
Para Fernando Vieira, vice-presidente da FAJUB, a aposta é a mesma: apelar aos jovens para que tenham “um papel cada vez mais activo e representativo” nas Autárquicas, mas sobretudo que comecem a contestar algumas das políticas de juventude que estão a ser decididas a nível local e nacional.
Neste sentido, a federação vai disseminar junto dos partidos bracarenses uma campanha para perceber o que têm para oferecer aos jovens para que “estes se sintam mais representados”.