O Chega está fora da corrida nas próximas eleições autárquicas ao concelho de Caminha porque o cabeça-de-lista à Câmara Municipal, Carlos Gomes Pinto, entregou as listas no local errado. Fez o mesmo em Vila Nova de Cerveira…
À Rádio Vale do Minho, que avança esta quarta-feira com a insólita notícia, a presidente da Distrital de Viana do Castelo do partido, Cristina Miranda, explica que Carlos Gomes Pinto, “por distracção”, entendeu que a entrega seria na Câmara.
“Foi lá e entregou o processo na sexta-feira… atempadamente e antes do final do prazo [segunda-feira, 2 de Agosto]”, conta à rádio altominhota.
E acrescenta: “Foi recebido e a funcionária emitiu um documento onde declara ter recebido o processo de candidatura às autárquicas de 2021 do candidato do Chega. Carimbou. E mandou-o embora. E ele veio… convicto de que tinha entregue o processo no sítio correcto.
Dias depois, os alarmes soaram no partido. “A Câmara não nos disse nada. Mas já era tarde… e o candidato ficou obviamente estupefacto. Mesmo ele tendo cometido um erro, é estranho que a pessoa que recebeu não tenha alertado imediatamente ou até mesmo pouco depois para uma situação que não era da competência deles”, aponta Cristina Miranda em tom indignado à ‘Vale do Minho’.
O prazo tinha esgotado. O Chega, que iria estrear-se no concelho em eleições autárquicas estava oficialmente fora.
“A Câmara aceitou algo que não é da competência deles. Ainda autentica como se fosse da competência deles. Mandou o nosso candidato à sua vidinha tranquilo, pensando ele que tinha entregue no sítio correcto… e pronto”, lamenta. “É assim que uma lista completa, com gente válida, promissora, fica de fora”.
ENGANO TAMBÉM EM CERVEIRA…
Mais: Cristina Miranda conta ainda que o mesmo candidato “com mais disponibilidade” entregou também outro processo em Vila Nova de Cerveira. Voltou a cometer o mesmo erro. “Mas Cerveira deu alarme passado pouco tempo” e as listas foram entregues no local certo, no Tribunal, ainda a tempo.
“Vamos apresentar queixa junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Pese embora o facto de sabermos como é que este país funciona e que pode tudo dar em águas de bacalhau, como costuma dizer-se”, refere, rematando: “Mas vamos exercer o nosso direito porque há aqui qualquer coisa de muito estranho”.