O Ministério Público (MP) solicitou, nas alegações finais, a condenação do casal que foi julgado no Tribunal de Braga pelo homicídio, em Novembro de 2020, de uma mulher, propondo, em concreto, as penas de 22 anos e seis meses de prisão efectiva para Júlio Pereira de Araújo e de 19 anos para Maria Helena Gomes.
As penas parcelares pedidas para o arguido foram de 20 anos por homicídio qualificado, um ano por profanação de cadáver e 18 meses por falsidade informática, neste caso devido ao levantamento no multibanco de 220 euros da conta da vítima, já depois de ela ter sido asfixiada.
Quanto a Maria Helena, a pena solicitada pela procuradora do MP corresponde a 18 anos pelo homicídio e a mais um por profanação.
A magistrada considerou provada a co-autoria do homicídio de Maria da Graça Ferreira, de 69 anos, ocorrido num apartamento do Fujacal, em Braga, e sublinhou que a vítima dormia num quarto quando foi asfixiada com um pano com lixívia por Júlio, que era seu amante.
O corpo foi levado, 24 horas depois, de madrugada, para um caminho em Montélios, onde foi encontrado por passantes.
INOCENTES, DIZ A DEFESA
Já o advogado de defesa do arguido – do escritório Soares & Gonçalves, de Braga – defendeu que foi Maria Helena quem matou a vítima, argumentando que Júlio apenas participou nos actos subsequentes, os de esconder e transportar o cadáver, telefonar para a funerária e de ir ao multibanco, isto por temer que viesse a ser acusado por ela, como sucedeu, da prática do crime.
Já a defensora da arguida sustentou a tese de que foi Júlio quem planeou e executou o assassínio, no que Maria Helena colaborou por viver com medo dele e fazer tudo o que ele lhe pedia.
O homicídio – diz a acusação – terá sido motivado pelo facto de a vítima querer anular um testamento em que deixava um apartamento a Júlio Araújo.
A leitura do acórdão ficou para finais de Outubro.