Após o voto contra o Orçamento de Estado por parte do PCP, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, reafirmou esta segunda-feira feira que se o documento for rejeitado na Assembleia da República, existirão eleições antecipadas.
Apesar disso, Marcelo Rebelo de Sousa ainda acredita que a proposta será aprovada até à votação final, agendada para esta quarta-feira, 27 de Outubro.
«Até ao momento da votação é sempre possível continuar a falar e a construir o que é desejável, essa é a minha expectativa e o meu desejo. Já sabem que se isso não for possível, é dissolução [do parlamento]», avisou o Presidente da República.
Aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que vai aguardar até ao último segundo da votação do Orçamento do Estado para 2022, e que caso este não seja aprovado, vai dar início de imediato ao processo de dissolução do parlamento.
O chefe de Estado, à saída do Laboratório Nacional de Engenharia Civil em Lisboa, referiu ainda que este processo de dissolução implica «ouvir os partidos políticos e convocar o Conselho de Estado», depois de conversar com o «presidente da Assembleia e o senhor primeiro-ministro».
De recordar que o PCP comunicou esta segunda-feira, 25 de Outubro, que vai votar contra o Orçamento do Estado para 2022, confirmando a sua intenção inicial mostrada logo no dia seguinte à entrega da proposta do Governo, enquanto que no passado domingo, também o Bloco de Esquerda reiterou que irá votar contra a proposta, como tinha feito em relação ao Orçamento para 2021.
Com os votos contra dos 10 deputados do PCP, somados aos dos 19 do BE e aos 86 dos partidos à direita (79 do PSD, 5 do CDS-PP, 1 do Chega e 1 da Iniciativa Liberal), o Orçamento do Estado para 2022 será chumbado na generalidade, com um total de 115 votos contra.