A associação de protecção animal StreetDogs, de Barcelos, vai apresentar uma queixa-crime contra alunos de uma escola secundária daquela cidade por alegados maus-tratos a um gato. Também o PAN questiona a autarquia sobre o caso que chocou a opinião pública.
Em declarações à Lusa, a presidente da direcção da StreetDogs, Alexandra Figueiredo, disse, esta segunda-feira, que a associação está a aguardar a junção ao processo de fotografias, vídeos e outro material para formalizar a queixa e que aquele de que já dispõe permite identificar dois agressores.
Em causa um episódio registado na última sexta-feira junto à Escola Secundária de Barcelos, em que, segundo aquela associação, alguns adolescentes terão colocado um gato dentro de um saco e esmurrado o animal, maus-tratos registados em fotografia e vídeo, alguns dos quais já estão na posse da StreetDog.
A associação apela a que lhe façam chegar outros eventuais registos, para juntar ao processo e apresentar uma queixa “mais consistente, que não fique em águas de bacalhau”.
Segundo a dirigente associativa, a StreetDogs aguarda ainda por “orientações jurídicas”, para que a queixa “chegue ao sítio certo”.
PAN QUER CÂMARA A PAGAR TRATAMENTO
Já em nota ao PressMinho, a Comissão Política Distrital de Braga do PAN avança, esta segunda-feira, que questionou a Câmara de Barcelos sobre se “tem conhecimento de situações semelhantes, bem como sobre as diligências que pretende adoptar relativamente a políticas de bem-estar animal”.
Segundo o porta-voz distrital, Rafael Pinto, “o PAN tem mantido contacto com a associação Streetdogs e considera fundamental que a Câmara Municipal se torne um agente activo nesta situação, ajudando no processo burocrático e legal bem como assegurando as despesas veterinárias”.
Para além disto, o Pessoas – Animais – Natureza interpelou o executivo sobre os planos para educação do bem-estar animal, “especialmente em contexto escolar”.
“O PAN tem lutado afincadamente pela criminalização destes e outros actos atrozes contra animais, assim como a sensibilização para a importância da inclusão destas matérias nos programa educativos”, afirma Rafael Pinto, dando como exemplo “o projeto de recomendação que apresentamos este ano e que foi chumbado com os votos contra do PS e CDS e a abstenção do PSD; PCP e Chega”.
O dirigente recorda que o projecto em causa previa a elaboração de um Referencial de Educação para o Bem-Estar Animal, autónomo e independente do actual Referencial de Educação Ambiental para a Sustentabilidade.
“Paralelamente, instava o Governo a rever a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania que neste momento inclui o bem-estar animal como um tema opcional, tornando-o obrigatório, preferencialmente em todos os ciclos de estudos do ensino básico”, afirma.
O animal, que esteve ao cuidado da Streetdogs, foi já adoptado.