O ex-presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela, garantiu esta segunda-feira, em julgamento, que o pagamento de 988 mil euros à Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV), ocorrido após a privatização, se deveu ao facto de a autarquia se ter atrasado no pagamento de prestações à banca, que derivavam de empréstimos contraídos para a construção da sede, em Vila Verde, e de outro edifício em Amares.
O ex-autarca, que está a ser julgado por corrupção no processo de alienação, em 2012, de 51 por cento da escola, explicou que a Câmara passou por dificuldades tendo mesmo chegada a entrar num processo de “saneamento financeiro”.
Por isso, quando se fez a privatização – salientou – existia uma dívida, que a escola dizia ser de 1,5 milhões de euros, já que contabilizava o valor das prestações atrasadas e os respectivos juros, por ela pagas em substituição do Município.
«Fizemos um acordo e esse montante desceu mais de meio milhão. Foi um bom negócio», sustentou.
Instado pela magistrada do Ministério Público a explicar várias operações contabilísticas relacionadas com a dívida, António Vilela vincou que a Câmara de Vila Verde, bem como as de Amares e de Terras de Bouro, pagou as dívidas à EPATV, mas ficaram na posse dos dois edifícios.
«Após a privatização nunca mais lá metemos um cêntimo», realçou.
Para além de Vilela estão a ser julgados o ex-vereador Rui Silva e o actual proprietário, João Luís Nogueira.