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A Arte Dos Nossos Dias

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Artigo de Catarina Soares

 

É difícil ser arte num meio onde se comercializam Massas, um misto de caos e desordem são pintados pela mente, delineando com ligeiros traços organizados a bagunça cultural vivida, numa vasta tela imperfeita não se dá eco às vozes graves, o agudo e fugaz é leiloado na correria do consumismo. Pouco importando quem vende ou compra, somos expositores de uma vitrine primorosa que anseia conteúdo, cores e sombreados sobrepostos que dão forma a ideias conturbadas de ser artista. 

Da necessidade cresce o engenho, sendo o que tanto se negoceia o espelho social do quanto singra, vivenciado por uma geração sôfrega de ânsia, que se extingue como um barril de pólvora, fugaz e imponente, um quanto impotente do estrago que a beleza pode causar. O verdadeiro necessitado vai adquirindo lenta mas consciente a mente que o alimenta, de certas medidas que uma sociedade em fúria não se deixa quantificar. Solúveis em preparados atrativos, poucos expectáveis em sabedoria, transbordando os ideais visuais, ocultos quem por estes dias vai sendo prioridade na via rápida ao intelecto. É o tempo escasso em obras e literaturas, pouco espessas, que nos dão visão de coisa alguma, ainda que a relacionemos com temas diários, pouco somos de quem importa, o tudo é um sobrevalor mundano que o desconhecido encerra. É a arte praticada, o consumidor vendido  ao seu culto, tudo quanto o bombardeia, sendo a supremacia concedida aos palradores, desprezando os mudos enclausurados nos seus templos, tácitos por opção, exaustos de razão, sendo as suas capas obsoletas e gastas, onde talvez o vintage lhes confira algum estatuto, sendo de agrado geral, pouco importando o quanto representa. A voz é portanto um marco na viragem dos tempos, nem sempre a mais exigente é verdadeira, todavia as encruzilhadas com que se depara podem despertar o seu próprio tom, de mudo pouco impressiona, sendo a arte ouvida até mesmo para os mais surdos. Um movimento contínuo interrupto por décadas, ou convicções geracionais, é um sopro de todos quanto acreditam, das aspirações individuais, e coletivas, que atingem até mesmo os mais desacreditados. 

A inspiração do artista é mais que um mero acaso, é a vida, onde o propósito obstinado se perde, encontrando novas formas de emergir do contemporâneo. Um ciclo contínuo que se alarga e alastra polinizando os mais estéreis, nas primaveras pessoais de cada um. E a arte prospera um pouco mais em cada rasgo, em toda a palavra, em certa melodia, em ocasionais minutos, prevalece quem a escuta, mais acrescentado de outra forma a quem escuta.

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