REPORTAGEM

REPORTAGEM -

A ilusão de festa que deixa um cheirinho a Santo António em Vila Verde

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Ao entrar na Avenida da República, no centro de Vila Verde, sente-se um cheirinho a Santo António. A rua está enfeitada com as arcadas festivas e há farturas, churros, pão com chouriço e pipocas. Faltam os carrosséis, os palcos, as multidões e a azáfama de outros tempos.

Por força da pandemia Covid-19, este ano não há Festas Concelhias de Santo António em Vila Verde. Os concertos, os cortejos e as corridas de cavalos não se vão realizar, havendo apenas uma comemoração simbólica, este domingo de manhã, com a celebração de uma missa na Igreja Paroquial.

Mas nem tudo se perdeu.

É verdade que a chuva também não ajuda, mas nas ruas há o tal espírito antonino espalhado nas barraquinhas de farturas, de pão com chouriço, de pipocas e na venda de discos musicais.

«Não há festa, mas há ilusão de festa», resume Guilhermina Rego, das “Farturas Ana Sofia”, que aproveita estes dias para fazer o negócio possível em tempos de pandemia.

«Apesar de não haver festa, as pessoas vêm ao centro da vila e acabam por vir comer uma fartura. Tenho trabalhado relativamente bem, melhor do que estava à espera. Mas este é um tempo de grandes dificuldades para todos nós, em especial para os divertimentos, porque os carrosséis estão parados», diz.

«GANHAR DINHEIRO PARA COMER»

O cancelamento das festas e romarias, por causa da pandemia, deixou os vendedores itinerantes com muitas dificuldades para terem rendimentos, como sublinha Maria dos Anjos, enquanto monta a banca da barraquinha “Vítor Manuel” para receber os primeiros clientes do dia.

«Estivemos quase 10 meses parados. Normalmente, parámos em Outubro e voltamos na Páscoa. Este ano não aconteceu. Esta é a primeira festa que estamos a fazer este ano e é nestas condições… sem festa», explica.

O objectivo, assegura, «é fazer dinheiro para pôr comida na mesa». «Ficamos completamente sem rendimentos», reitera.

As dificuldades são frisadas por Filipe Gonçalves, do “Senhor e Senhora Chouriço”, que montou a banca junto à Biblioteca Municipal para «manter a tradição» e procurar fazer algum dinheiro depois de longos tempos sem essa possibilidade.

«É uma fase complicada para o nosso sector. Durante este período tive de me dedicar à venda de outros produtos, como fruta e legumes, para poder compensar alguns dos gastos e o dinheiro que não foi feito nas festas», conta.

Sobre este Santo António, as previsões não são muito optimistas. «Obviamente não vai ter nada a ver com os anos anteriores. Mesmo a disposição das pessoas não é a mesma, o que também acaba por ser normal devido a toda esta situação», aponta.

A MÚSICA QUE NUNCA FALTA

Numa festa tradicional, há algo que (quase) nunca falta: o “stand” da venda de discos musicais, que anima e entretém o povo.

Francisco Malheiro e a sua “Disco Dance” são, há muito tempo, presença assídua no centro de Vila Verde – e é lá que estão também por estes dias.

«Acho que as pessoas ainda estão com um bocado de medo de sair à rua e isso também não ajuda», diz, partilhando da visão pessimista sobre esta quadra. «O Santo António vai ser mau, mas espero que em Agosto as coisas melhorem, até mesmo com a vinda dos emigrantes», realça.

Reportagem: Ricardo Reis Costa e Pedro Nuno Sousa
Fotografia: Pedro Nuno Sousa

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE

Acesso exclusivo por
um preço único

Assine por apenas
3€ / mês

* Acesso a notícias premium e jornal digital por apenas 36€ / ano.