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A (in)transparência do ranking das escolas…

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Opinião de João Graça

 

Pasmado!

Reação perante alguns incautos que vociferam os resultados das suas escolas. Verdadeira trapalhada de incoerências e de pequenez intelectual perante esta nova escola que se está a construir. Estes, que usam estes resultados para “tentarem” projetar as suas escolas, reveem-se num modelo de escola “démodé”, do século passado, que não prepara os nossos jovens para este mundo global, competitivo e em constante mutação. Esta nova escola, que se pretende, não obedece a uma listagem, bem organizada, de números e classificações, ordenada do “melhor”  para o “pior”, onde o professor é dono do conhecimento, numa lógica classificativa, de testes, de completa indiferença à forma de aprender de cada um, assente em currículos “uniformes, de tamanho único, pronto a vestir” (Formosinho, 1985).

O ranking premeia aqueles que apostam numa lógica de repetição, treino, de uma escola de elites, que garante apoios pedagógicos externos (ditas explicações) e que, claramente, provêm de um ambiente social mais favorecido.

São admiráveis as palavras do Senhor Secretário de Estado da Educação, Doutor João Costa, no concernente ao interesse e valoração dos referidos rankings: “Já não vale muito a pena repisar a sua inutilidade. Não mostram a qualidade das ofertas educativas, refletindo mais o contexto do que o mérito. Não mostram o trabalho efetivo das escolas em que lutar contra o abandono e a exclusão é um trabalho muito mais árduo e frutífero do que a conquista da centésima no exame, resumida à verificação de que a explicação extraescolar funcionou. Não revelam que os alunos migrantes aprenderam o alfabeto romano e hoje falam português e chegam longe numa corrida desigual. Uma lista seriada em que se fazem reportagens com o top 20 sem se comentar a variabilidade aleatória do meio da tabela.”

Pois bem, a Escola Secundária de Vila Verde encontra-se acima do meio da tabela, numa tabela “classificativa”, como se a escola fosse uma competição, num confortável 214º lugar, em mais de 600 escolas, conseguindo, até, superar muitas das escolas de referência do distrito de Braga, que o vão continuar a ser.

Esta classificação muito pouco diz ou representa do trabalho árduo e afincado da nossa escola.

Assumimos, desde sempre, que não ambicionamos uma escola assente numa dimensão unidimensional – o currículo. Apregoamos uma escola inclusiva e cultural, em que nos revemos num aluno como pessoa, como ser social, onde pode dar azo à sua criatividade, em que o processo de construção do seu conhecimento não é um processo de ingurgitamento de saberes, mas um processo reflexivo, partilhado, que se faz com todos.

Importa é pensar que, ao longo dos últimos anos, conseguimos garantir uma oferta formativa alargada, permitindo aos nossos filhos não estar sujeitos a deslocações cansativas para outros concelhos, e que vai ao encontro dos seus reais interesses, pensando naqueles que pretendem seguir um percurso escolar universitário/ politécnico ou garantir um lugar no mercado de trabalho.

Importa é garantir que os nossos alunos no final da escolaridade obrigatória adquiram um conjunto de competências (e valores) para o seu prosseguimento de estudos/ ingresso no mercado de trabalho, cada vez mais validadas pelas empresas (e pela vida) – as designadas “soft skills”. Esse é claramente o objetivo abnegado dos nossos professores, num trabalho hercúleo, que diariamente procuram desenvolver e potenciar nos nossos alunos as ditas competências/ valores. É essencial, na escola de hoje, potenciar a comunicação, o pensamento crítico e criativo, o saber científico, o raciocínio, a capacidade de relacionar em grupo e de colaborar. Para isso, a escola valoriza o desenvolvimento de projetos interdisciplinares de caráter local e regional, a integração de clubes, projetos e biblioteca nas atividades letivas. É fundamental promover valores de cidadania, de participação, de responsabilidade, de respeito, de curiosidade pelo saber, de igualdade, de solidariedade, de liberdade, no sentido de garantir melhores cidadãos, evitando a proliferação de movimentos demagógicos e populistas que apenas pretendem destruir a sociedade democrática.

Há alguma tabela classificativa para validar a posição das escolas que garantem, diariamente, estes ideais de cidadania, liberdade, solidariedade, respeito e de responsabilidade? Não!

Há alguma tabela classificativa para as escolas que desenvolvem nos seus alunos competências para responder a este mundo com realidades cada vez mais efémeras, com mudanças bruscas e que requer respostas prontas e capacidade de adaptação? Não!

Há alguma tabela classificativa que indique o nível de apoio emocional que se dá a cada aluno, fazendo-o sentir incluído e acompanhado nas diferentes dimensões da sua vida? Não! 

Sei que me vou repetir, mas nunca é demais! Importa, pois, preparar os nossos jovens para navegarem em mares nunca dantes navegados, desenvolvendo e garantindo competências e valores que lhes permitam fazer frente aos Adamastores e resgatar um futuro aqui e, se necessário, além da Taprobana.

Nós fazemos esse trabalho!

Aproprio-me das palavras do meu colega Filinto Lima “De uma vez por todas, que caia a máscara desta adversa tabela classificativa, que de forma viral pode iludir os mais incautos, na ânsia, pouco ética ou criteriosa, de só pretender valorizar a ínfima parte de um todo, escolhendo contagiar (dando um retrato distorcido), ao contrário de sinalizar as melhorias que têm ocorrido numa Educação que se afirma, passo a passo, Valente e Imortal!”

Neste presente e passado pandémico ficamos no topo do ranking da capacidade de resposta ao inesperado, onde todos estiveram ao mais alto nível perante as exigências de um E@D e, posteriormente, à retoma do ensino presencial, com uma enorme capacidade de adaptação a novas realidades, onde mostramos a nossa força, voluntarismo e a capacidade de fazer bem.

Tudo isto foi possível porque somos “Uma Escola que se faz com TODOS!

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