O arcebispo de Braga disse esta sexta-feira que a arquidiocese tem feito o que lhe compete para que o tema dos abusos sexuais “seja cada vez mais afastado dos ambientes eclesiais”, defendendo a necessidade de uma “mudança de cultura” e de “encarar” a verdade tal como é.
“O que está em causa é, antes de mais, o valor inviolável da vida humana. O nosso objetivo não é apenas a mudança de procedimentos, o que pretendemos – e naquilo em que estamos empenhados – é uma mudança de cultura, que é o mais difícil”, afirmou D. José Cordeiro.
Segundo o arcebispo, “essa mudança passa pela transparência, pelo rigor e pela verdade”, que deve ser devidamente apurada e “encarada” como é. “Nunca escondê-la nem fazer de conta que não existe. A verdade liberta”, acrescentou.
Num encontro com jornalistas, a propósito do 57.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, D. José Cordeiro reiterou o “compromisso” assumido na publicação de uma “Carta ao Povo de Deus”, em março, de “acompanhar” as situações denunciadas e de prestar o apoio necessário.
O prelado destacou o trabalho “inestimável” da Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese de Braga e disse que a Igreja tem também a “missão” de ajudar a “curar as feridas do coração nas pessoas vítimas, nas pessoas suspeitas, nas pessoas abusadoras”.
“É uma cruz pesada, mas é uma cruz que sabemos que nos liberta”, realçou o arcebispo.