A réplica da velha “acácia do Jorge”, árvore plantada junto à Casa de Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, foi abatida sem autorização, o que motivou a abertura de um processo de inquérito interno por parte da autarquia para apurar responsabilidades.
Em comunicado, o município refere que a “árvore fronteira à Casa de Camilo, em Seide São Miguel, foi ontem alvo de uma intervenção desajustada e não autorizada por parte dos serviços municipais, que culminou com o seu derrube”.
“Os problemas com o estado de conservação da árvore da Casa Museu – que se encontrava morta e em risco de queda – tinham sido já identificados pela autarquia que estava, desde o primeiro semestre do ano, a elaborar um plano de intervenção que permitisse valorizar a acácia, elemento icónico da casa onde Camilo Castelo Branco escreveu grande parte da sua obra”, refere o município.
A Câmara de Famalicão acrescenta que a sua ação não previa o derrube da árvore, mas antes a sua “preservação” através da “plantação de um rebento germinado – que tinha sido já realizada – e pelo seu aproveitamento através de uma intervenção artística, à semelhança de intervenções já realizadas, por exemplo, no Parque da Devesa”.
“Tendo em conta os acontecimentos precipitados desta segunda-feira, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, solicitou de imediato a abertura de um processo de inquérito interno para apuramento de responsabilidades”, conclui o comunicado.
Jorge, filho de Camilo Castelo Branco, plantou, em 1871, uma acácia em frente à casa onde o pai escreveu uma boa parte da sua obra, em Seide São Miguel, no concelho de Famalicão. O romancista referiu-se por várias vezes à acácia nos seus textos.
Posteriormente, seria plantada, no mesmo local, uma réplica da acácia original, que agora foi abatida.