A administração da Unidade do Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), presidida por João Porfírio Oliveira, mantém-se em funções, apesar de o Governo ter designado uma nova equipa, liderada por José Cardoso, para a substituir.
Esta terça-feira, em resposta por escrito a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, fonte da administração da ULSAM refere que “não foi, até ao momento formalizada a exoneração” do elenco presidido por João Porfírio Oliveira, nem a nomeação oficial da nova equipa.
“Assim, a atual equipa de gestão continua a trabalhar na plenitude das suas funções e no âmbito das competências que lhe são conferidas”, adianta a nota.
A designação da nova equipa aconteceu um ano e um dia depois de João Porfírio Oliveira ter assumido a presidência do conselho de administração da ULSAM.
Contactada pela agência Lusa, fonte jurídica disse que os ainda administradores terão direito, quando forem exonerados, a indemnização nos termos do artigo 26 do Estatuto do Gestor Público.
Segundo a mesma fonte, “no número 3 do artigo 26º, relativo à dissolução e demissão por mera conveniência, o conselho de administração tem direito a uma indemnização uma vez que tem mais de 12 meses seguidos do exercício de funções, sendo que o valor pode chegar ao equivalente a um ano completo de remunerações”.
“Tendo em conta a gravidade das alegações e a responsabilidade da instituição no apuramento dos factos, foi esta quinta-feira [30 de janeiro] instaurado um processo de inquérito interno com caráter de urgência”, adiantou a ULSAM, numa resposta escrita enviada a Lusa.
A informação surgiu em resposta a questões da Lusa sobre a queixa de uma médica por assédio sexual alegadamente cometido por Luís Garcia, atualmente enfermeiro no hospital de Ponte de Lima.
Foi “nomeado um instrutor externo à instituição para acompanhar o processo”, acrescentou a ULSAM.
A unidade de saúde manifestou-se disponível para prestar “toda a colaboração que as autoridades judiciais entendam necessária no âmbito do processo em curso”.
Também a PSP de Viana do Castelo confirma ter recebido uma queixa por assédio sexual numa unidade de saúde, mas sem indicar as identidades do agressor e da vítima.