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Adulto e criança esperaram dez horas por cirurgia que não se fez por falta de material

Um utente, adulto, do Hospital de Braga e uma criança estiveram dez horas na antecâmara da sala de operações à espera de fazer uma cirurgia ortopédica. No final, disseram-lhe que não se faria “devido à falta de material estritamente necessário, que ainda estaria a ser esterilizado e do técnico de radiologia”. Mas o Hospital afirma  que “o cancelamento se deveu à ausência não programada de um técnico de radiologia, situação que não se consegue prever”.

Ao jornal “O Vilaverdense”, Daniel Pinto, que é presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente, disse que idêntica situação ocorreu com uma criança, que esteve à espera desde as 07h00 – em jejum e apenas com soro desde as 12 horas – e a cuja mãe os médicos disseram, às 18h30, que a cirurgia não se faria por que não havia vagas nem condições para a efectuar”.

O utente diz, ainda, ter conversado, alguns minutos, com a equipa médica, “para tentar perceber porque acontecem coisas deste género e o que falha”, tendo concluído que “esta receita é recorrente, talvez várias por semana ou até por dia, mas são poucas as pessoas que reclamam”.

E, prosseguindo, lamenta: “A questão aqui é a dos transtornos e custos que esta incompetência tem nos nossos bolsos. Sim, foram recursos humanos, testes covid, análises, soro, material médico, tempo, desgaste emocional, o descontentamento dos profissionais de saúde por não terem condições para trabalhar, e o lamento de terem de dar notícias destas aos utentes”.

RECLAMOU NO FACEBOOK

Daniel Pinto recorreu, também, à rede social Facebook, onde escreveu: “Quem me conhece sabe que não sou de expor grandes pormenores da minha vida….mas desta vez tem de ser.”

E acrescentou: “Pois é mas entre desculpas e irritações, pergunto onde está a gestão? Está no gabinete, não dá a cara e não lida com os doentes. Esses doentes, que são crianças, idosos, o povo deste país que estará a voltar para casa desanimado e desiludido com este serviço público”.

HOSPITAL EXPLICA-SE

Sobre estes reparos, o Hospital diz,  no que diz respeita à criança, que o cancelamento se prendeu com o prolongamento inesperado da cirurgia anterior, o que originou a falta de vaga no recobro para a seguinte”.

“O Conselho de Administração reforça a sua confiança no empenho de todos os Serviços do Hospital para reagendar os atos médicos adiados, garantindo, desta forma, que continue assegurada a prestação de cuidados de saúde, e ressalva que a bateu, em 2021, o seu recorde de cirurgias, atingindo as 42.873, um aumento de 27% em relação a 2019 (que até então tinha sido o melhor ano) sendo, por conseguinte, o terceiro Hospital mais produtivo do país”, enaltece.

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