VALE DO HOMEM

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Aí está a Orquestra do Cávado’, um projeto intermunicipal que une Vila Verde, Amares e Terras de Bouro

Cerca de 300 crianças e jovens das escolas de Vila Verde, Amares e Terras de Bouro vão iniciar no próximo período letivo a lecionação de aulas de música para virem a integrar a futura Orquestra do Cávado. O projeto intermunicipal já foi aprovado pela DGEstE – Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares e vai ter o suporte artístico da Academia de Música de Vila Verde (AMVV).

«É um projeto enorme que vai fazer a diferença na vida de muitas crianças e jovens», vincou a presidente da câmara municipal de Vila Verde», Júlia Fernandes, esta manhã, durante a apresentação oficial, na companhia do presidente da câmara municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, e da vice-presidente da câmara municipal de Amares, Cidália Abreu. Juntaram-se o diretor pedagógico da AMVV, Idílio Nunes, e o diretor-geral do Estabelecimentos Escolares, João Miguel Gonçalves.

A Orquestra do Cávado vai ser como ‘inspiração’ a Orquestra Geração, um projeto mundial iniciado na Venezuela e que já tem uma percursora em, Lisboa, Lousada e Vila Nova de Gaia. «Em Portugal, a Orquestra Geração já conta com o apoio de 19 municípios, como forma de contribuir para ultrapassar barreiras, promover a integração, combater o abandono e o insucesso escolar, promover o trabalho de grupo, a disciplina e a responsabilidade para uma melhor cidadania, além de promover a auto-estima das crianças e das suas famílias, bem como aproximar os pais do processo educativo dos filhos», salientou o maestro Idílio Nunes, o diretor pedagógico do projecto que agora é lançado.

A Orquestra do Cávado, que virá a integrar 45 a 60 jovens músicos, assenta no modelo de uma Orquestra de Câmara: cordas, sopros e percussões. Integrará o modelo da orquestra Orff e coros. As aulas, para as quais estão já contratados os professores, iniciam já no próximo período letivo e fica, desde já, a promessa de uma primeira atuação pública no fim do ano letivo, nos três municípios.

PROJECTO INTERMUNICIPAL  

«São projetos como este que ajudam a criar pontes. Pontes estas que reforçam o território», salientou o presidente da câmara municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, para quem é «muito importante seguirmos juntos neste ‘autocarro. O trabalho das escolas é muito importante. A escola tem um papel preponderante para fazer despertar os talentos dos nossos jovens».

Revelou ainda que, no âmbito da parceria que já existe com a Academia de Música de Vila Verde, «estamos a requalificar um edifício para que passem a ministrar as aulas que atualmente são em Vila Verde passem ser ministradas em Terras de Bouro».

No mesmo tom, a vice-presidente da câmara municipal de Amares, Cidália Abreu, destacou a «mais valia» do projecto. «Os concelhos periféricos não podem ficar órfãos destas oportunidades. Trabalho em rede é muito importante. Em Amares, temos excelentes escolas de música e esta será mais uma que vem trazer valor acrescentado. É um trabalho que sai reforçado».

DGEsT APOIA

A Orquestra do Cávado é um projeto apoiado pela DGEstE – Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares: Nesta fase, está assegurado o apoio de 54 mil euros para contratação de professores, a que se juntarão os apoios financeiros das autarquias, em termos logísticos, aquisição de instrumentos e outros, na ordem dos 75 mil euros por ano letivo.

«Trabalho convosco há já algum tempo e as coisas vão acontecendo», assinalou o diretor-geral da DGEstE, João Miguel Gonçalves. «A nossa missão é não estorvar e ajudar qualquer coisa», vincou.

Destacou a grande mais-valia do projeto, «porque permite o desenvolvimento de territórios sem guetos». Aliás, como sublinhou, «a orquestra é sinal de civilização. É complexa, mas mostra o que o ser humano é capaz».

E realçou que «Portugal é já exportador na área da música. Grandes talentos que surgem em grandes orquestras mundiais, como a Filarmónica de Berlim».

Destacando que o estado português contempla 70 milhões de euros anuais para apoio ao ensino articulado, «era importante reforçar, talvez para os 75/76 milhões».

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