«Foram 30 anos sem investimentos por parte do Ministério da Educação e chegamos a um estado de degradação muito mau». É assim que o vereador da educação da câmara municipal de Vila Verde reage às queixas de professores e comunidade escolar da EB 2-3 de Moure quanto ao estado das instalações, sobretudo dos balneários e grande parte do pavilhão gimnodesportivo daquele espaço de ensino, como as fotos documentam.
Durante a última greve dos professores, estes assinalaram as condições «degradantes» dos balneários, «com cheiro a mofo, chove lá dentro. Falta de luz, só tem metade das lâmpadas».
Manuel Lopes dá razão aos docentes e comunidade escolar, mas lembra que «o presente envenenado» do Governo, no processo de transferência de competências para os municípios nas áreas da educação, saúde, cultura, entre outras, «entregou equipamentos com dezenas de anos sem qualquer investimento de manutenção e requalificação às autarquias».
Com essa responsabilidade «há pouco mais de um ano», Manuel Lopes refere que «vamos acudindo às situações mais urgentes», revelando, contudo, que «está a ser realizado um levantamento e o projectos de requalificação e modernização, em articulação com a ANMP e o Ministério da Educação».
Na sua óptica, «é um processo que pode demorar e teremos, muito provavelmente, que intervir na cobertura e na reparação de infiltrações naquele espaço em particular. A canalização, por exemplo, com mais de 30 anos, dá problemas quase todas as semanas. Vamos acudindo às situações mais urgentes». Porém, diz que «o caso de Moure é, realmente, o mais urgente, mas temos muitos outros casos».
O financiamento do Estado, acordado no âmbito da transferência de competências, permitirá uma modernização daquele e de outros espaços de ensino. «Mas pode ser demorado. Estamos a avaliar bem o caminho a seguir, para não andar a gastar dinheiro ‘à toa’ para, depois, voltar a deitar abaixo».
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