A partir de agora, em Vila Verde, nada de perde, «tudo se transforma». É este o objetivo do projeto piloto que avança de imediato na freguesia de Vila Verde e Barbudo para o aproveitamento dos sobrantes da preparação e restos das refeições, assim como produtos alimentares fora de prazo, para transformação em biogás /energia e/ou compostos naturais (fertilizantes para produção agrícola).
Na base do projeto está «tornar Vila Verde mais verde e mais amiga do Planeta», como sublinhou a presidente da câmara municipal, esta manhã, durante a cerimónia de apresentação do projeto. Júlia Fernandes lembra que «cada vez mais, os recursos esgotam-se mais cedo e o planeta não tem capacidade de repor tão rápido face ao ritmo do consumo atual».
Numa clara aposta na «economia circular», em detrimento da economia «linear», o vereador da tutela do ambiente na câmara municipal de Vila Verde citou Lavoisier: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Patrício Araújo lembra que «o objetivo é aproveitar tudo (mesmo tudo) e transformar: em Biogás, ou composto orgânico para melhorar e funcionar como adubo natural, deixando o meramente desperdício inutilizável para aterro sanitário».
A população vai receber sacos verdes (capacidade para 7 litros) que terão uma duração estimada de 60 dias (7 litros), distribuídos com o apoio das juntas de freguesia e da Câmara.
«Os restos de comida são 37% do que consumismo», lembrou Patrício Araújo, lembrando que a Braval fará a reciclagem à parte, que permitirá a sua transformação para produção de biogás /energia e compostos naturais/ fertilizantes.
No processo também estarão envolvidas as empresas e organismos de maior dimensão (restaurantes, escolas, ipss´s eoutros organismos), a quem serão distribuídos sacos de 25 litros e contentores para deposição dos restos / boiresíduos.
PROJETO-PILOTO
Para já, o projeto piloto avança em Vila Verde e Barbudo. Tem o apoio do Fundo Ambiental, que suporta financeiramente a implementação do projeto e, graças à poupança indireta pela não deposição no grupo de resíduos normais, «a taxa que não paga permitirá alargar a todo o concelho».
Na ótica de patrício Araújo, o mais importante é consciencializar a população, empresas, organismos e empresários a «acabar com o descartável e optar pelo modelo sustentável. Permitirá maior equilíbrio entre desenvolvimento económico e a defesa do meio ambiente, baseando a nossa ação na redução do desperdício».
Aliás, como sublinhou a presidente de câmara municipal de Vila Verde, «separar é ajudar a construir ambiente mais sustentável. E temos obrigação de fazer um pouco mais». Destacou, a propósito, a «conjugação de esforços» para uma «economia circular que permitirá construir um concelho cada vez mais verde».
COMPOSTAGEM COMUNITÁRIA
O projeto ‘Agora sim, Nada se Perde! vai, a curto prazo, introduzir ainda a compostagem comunitária. «Os bioresíduos domésticos poderão ser depositados em locais específicos a implantar junto às três ETAR´s do concelho (Vila Verde, Prado e Pico de Regalados) para que os agricultores e produtores domésticos possam aí depositar os sobrantes de podas e outros renovando e transformando e adubos e compostos orgânicos que poderão ser reutilizados.
A autarquia de Vila Verde está convencida que a poupança gerada com o projeto vai permitir «disseminá-lo por todo o concelho», uma vez que a taxa de bioresíduos «não é paga (suportada pelo Fundo Ambiental). «A poupança gerada vai permitir replicar em todo o concelho». O que, por sua vez, não trará taxas adicionais aos vilaverdenses.
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