O livro “Paraíso de Coura”, que chega às livrarias este mês, reúne imagens captadas por Alfredo Cunha no festival de música Paredes de Coura, que acontece todos os verões, desde 1993, na vila minhota que lhe dá nome.
De acordo com a editora Tinta da China, “Paraíso de Coura” tem fotografias “que vão muito para lá do palco onde acontecem os concertos”, mas também textos, da autoria do presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira, do escritor Valter Hugo Mãe, do jornalista Mário Lopes e da investigadora Sandra Maria Teixeira.
O festival de Paredes de Coura aconteceu pela primeira vez em 1993 por iniciativa de um grupo de amigos, do qual faz parte o atual presidente da câmara de Paredes de Coura, que queria organizar um evento dedicado ao rock independente.
A primeira edição intitulava-se “Festival de Música Moderna Portuguesa” e teve apenas um dia de concertos, com Ecos da Cave, Gangrena, Cosmic City Blues, Boucabaca e Purple Lips.
Este ano, o festival regressa à zona junto à praia fluvial do Taboão para a 30.ª edição entre 14 e 17 de agosto, com um cartaz que inclui artistas e bandas como Andre 3000, Sampha, Idles, Girl in Red, Killer Mike, Fountains D.C., The Jesus and Mary Chain, Cat Power, Slow J, Gilsons, Branko e Benjamim.
O escritor Valter Hugo Mãe recorda, no texto de apresentação do livro, ter escrito “há anos que o Festival de Coura devia ser prescrito pelos médicos e descontado no IRS”.
“A maravilha aqui não se explica ela é pura lucidez. Só de chegarmos à Praia do Taboão, onde instalam a festa, tudo aparece mais que a Nossa Senhora. Aparecem manifestações solares à meia-noite, estrelas mesmo verdadeiras que andam perto e que podem até vir do peito de alguém. Toda a gente é bela e aprende a amar”, lê-se no texto.
Antes de chegar às livrarias, “Paraíso de Coura” terá uma primeira apresentação no festival, no dia 14 de agosto.
Natural de Celorico da Beira, distrito da Guarda, onde nasceu em 1953, Alfredo Cunha reside há vários anos na freguesia de Sabariz, em Vila Verde. Iniciou, em 1970, a carreira profissional em fotografia publicitária e comercial, estreando-se, no ano seguinte, como fotojornalista no jornal Notícias da Amadora.
Aos 20 anos, foi um dos fotojornalistas que registaram para a posteridade o dia 25 de Abril de 1974, em Lisboa, e os momentos que se lhe seguiram, incluindo o Verão Quente de 1975 e o processo de descolonização.
Colaborou com os jornais O Século e O Século Ilustrado, a revista Vida Mundial, a Agência Noticiosa Portuguesa – ANOP e as agências Notícias de Portugal e Lusa. Foi também editor fotográfico do jornal Público e fotógrafo e editor do Jornal de Notícias, entre outros jornais e revistas, e, atualmente, é ‘freelancer’ e desenvolve vários projetos editoriais.
Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares e recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.