Um produto peculiar, com diversas formas de ser comercializado e consumido. Os cogumelos shitake, de Hélder Forte, são já um clássico das Festas das Colheitas. O presidente da Real Cooperativa Agrícola já cá vem há nove anos.
Cogumelos de todas as formas
É uma verdadeira festa, com diversas curiosidades e formas de provar o cogumelo. Na banca, podem encontrar-se os shitake desidratados. Por ser um fungo, tem 90% água. Assim «10kg de cogumelo fresco dá 1kg de cogumelos desidratados», explica Hélder Forte.
«Esse tem uma particularidade, não tem data de validade, desde que não apanhe humidade. Ao colocar em água, volta à forma original. Então, se o quiser confeccionar, coloca-se em água para hidratar uns 20 minutos, 30 minutos antes», expõe.
Ainda, pode comprar farinha de cogumelo. «Serva para temperos», explica o agricultor. «Pegamos no cogumelo desidratado, passamos no moinho e fica a farinha», diz ainda.
Por fim, o produto que faz as delícias do público. «As alheiras de cogumelo e frango são sucesso desde o primeiro ano. É incrível, no último dia nunca temos, todos os anos aumentamos a produção e nunca temos», aponta Hélder Forte.
Este ano já rondam as 400. Para quem quiser provar, tem de ser no início da feira. «Chegamos a domingo e nunca temos, porque volta quem já provou e quer mais», acrescenta.
Produto cresce em estufa
A Cooperativa Real Agrícola existe desde 2015, com o cogumelo shitake em foco. O seu cultivo tem muito que se lhe diga. «É produzido em estufa, com temperatura e humidade controladas, através da rega», explica o produtor Hélder Forte.
«Com a rega, aumenta a humidade e diminui a temperatura. No inverno, como a água está mais quente que o meio ambiente, acaba por subir a temperatura», acrescenta.
Para os crescerem, são colocados «em troncos de madeira de um metro, tendo de ficar em repouso cerca de 8 a 12 meses», diz o produtor. «A cada 4 semanas damos um choque mecânico no tronco, abanamos e pomos a regar durante 24 horas.
Depois de dois, três dias, começam a brotar os cogumelos. No final, descansa três meses e este ciclo repete-se», revela.
Uma feira de «nostalgia»
Presença recorrente, Hélder Forte elogia a Festa das Colheitas. «Esta feira é uma mais valia», aponta, sobretudo para a agricultura. Esta que, «aos olhos de hoje, infelizmente, continua a ser um parente pobre, pelo menos para os pequenos agricultores», lamenta. «É muito trabalho e pouco dinheiro», revela Hélder Forte.
No entanto, não se trata apenas disso. «Temos aqui a tradição», vinca. «O nosso concelho, especialmente a norte, é maioritariamente rural e é dessa ruralidade que vêm as feiras, que ainda temos o hábito da feira quinzenal ou de oito em oito dias», descreve. Esta é, assim, como «uma mega feira», brinca.
«Aqui, ficam a saber quem somos, de onde vimos, para onde vamos. Ouço muitos comentários positivos, ontem com o magusto, hoje da desfolhada», conta. São «eventos característicos da zona que voltam e trazem uma nostalgia boa, porque causam saudade», termina.
A Festa do Cogumelo estará presente no recinto da Festa das Colheitas até domingo, último dia.
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