A decisão do governo PS em deixar fora do financiamento europeu o projeto do centro de ciência e investigação MarUMinho, em Esposende, está a ser alvo de críticas pela candidatura da Aliança Democrática pelo distrito de Braga. O cabeça de lista da AD, Hugo Soares, repudia o que considera ser «uma opção errada, influenciada por critérios partidários e bem ilustrativa da forma como o PS usa o poder».
Na passagem por Esposende, o candidato da AD disse que «não é só Esposende que sai prejudicado. Isto penaliza o país todo. A nossa economia não dá o salto enquanto não dermos prioridade efetiva à ciência, inovação e tecnologia, para gerar riqueza, mais competitividade, melhores empregos e rentabilidade. Acresce a grande mais-valia que o mar representa para Portugal», frisou Hugo Soares.
Num debate sobre o combate às alterações climáticas e a avaliação dos problemas e soluções para o Litoral de Esposende, que decorreu na noite de sábado, o líder da candidatura AD defendeu a necessidade de reprogramação dos fundos europeus, designadamente o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
«Podem contar com o meu compromisso para pressionar junto de um futuro governo liderado por Luís Montenegro, porque esta obra é de vital importância, como centro de investigação e conhecimento ao serviço de Portugal», assumiu.
Ao lado do presidente da Câmara, Benjamim Pereira, e do candidato esposendense a deputado António Morgado, Hugo Soares lamentou ainda a «descoordenação do governo PS, constituído com ministros que se revelaram extremamente fracos, de que é exemplo flagrante Pedro Nuno Santos, que foi afastado depois de sucessivos erros na pasta das Infraestruturas e agora é o candidato do PS».
O autarca Benjamim Pereira queixou-se que «o governo PS ostracizou o concelho de Esposende”. Considerou tratar-se mesmo de um “azar”, por ter de lidar com tamanho bloqueio em oito dos 10 anos que leva como presidente da Câmara. A falta de disponibilidade do Poder Central para a requalificação do litoral de Esposende e para o Parque da Cidade foi outras das denúncias.
Apesar disso, Benjamim Pereira – cujo Município teve de comprar ao próprio Estado, por um milhão de euros, terrenos abandonados há 20 anos, para fazer a instalação do futuro equipamento público – sublinhou a determinação e a ambição do executivo camarário em concretizar projetos e encontrar alternativas para assegurar investimento para reforçar o desenvolvimento do concelho.
MarUMinho
O Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha da Universidade do Minho (MarUMinho) ocupará as instalações da antiga estação Radionaval de Apúlia, com o objetivo de desenvolver a investigação na área de valorização dos recursos marinhos da região Litoral Norte e instalar um serviço de observação do litoral do noroeste português, focado na avaliação dos impactos das alterações climáticas.
A estrutura inclui área de laboratórios e zona destinada a empresas, spinoffs e startups ligadas à economia azul, indústria alimentar, energias renováveis, cosmética e farmacêutica, assim como têxteis e outras áreas.
O MarUMinho irá acolher o Centro de Ciências da Terra (CCT), o Grupo de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos (3Bs), o Centro de Investigação em Microssistemas Eletromecânicos (CMEMS), o Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), o Centro de Engenharia Biológica (CEB), o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE), o Instituto de Polímeros e Compósitos (IPC), o Centro de Território, Ambiente e Construção (C-TAC) e ainda o Núcleo de Investigação em Políticas Económicas e Empresariais (NIPE).
ovilaverdense@gmail.com