A ligação ferroviária de Alta Velocidade entre Porto e Vigo ficará concluída em 2032, fazendo com que o Norte de Portugal e a Galiza fiquem com “uma posição geoestratégica única”, assegura o ministro das Infraestruturas.
“Porto-Vigo [em Alta Velocidade] não é um estudo. É uma concretização. Vamos fazer o investimento e vamos concluir em 2032. E acreditamos que Espanha tenha então concluído o investimento do lado espanhol”, afirmou Miguel Pinto Luz, em Vigo, onde participou no encontro Conectando el Noroeste, promovido pela Confederação Empresarial de Pontevedra, e na qual participou também o presidente da Junta de Galiza, Alfonso Rueda Valenzuela.
Com a conclusão da ligação de Alta Velocidade, o Norte de Portugal e a Galiza ficarão com uma “posição geoestratégica única”, acrescentou o ministro português. Em causa estará, diz Pinto Luz, uma “nova macrorregião que vai liderar a economia, que vai liderar geoestrategicamente, nas infraestruturas e na Península Ibérica”.
“Nós não pensamos que o país é só Lisboa. Vemos o Porto como uma nova centralidade e a Galiza como parceiro primordial”, assegurou.
Quanto aos prazos da Alta Velocidade Porto-Vigo, o ministro explicou que as ligações Braga-Valença e Campanhã-Aeroporto (Porto) terminam em 2032, o que permitirá a ligação entre o Porto e a fronteira de Valença.
De acordo com Pinto Luz, “ainda este ano” haverá “avanços” nestes dois tramos necessários para fechar a Alta Velocidade até Vigo.
De acordo com o ministro, “a cimeira [ibérica] não alterou um milímetro estes compromissos”. “A prioridade máxima para os dois governos [português e espanhol] é Lisboa-Vigo em 2032 e Lisboa-Madrid em 2034”, frisou.
No encontro de hoje da Confederação Empresarial de Pontevedra, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse não ter “nada contra” a ligação Lisboa-Madrid, mas frisou que a procura pela ligação Porto-Vigo é “sete vezes maior”.
“Precisamos que os governos de Espanha e Portugal percebam que os países não terminam nas suas capitais. Precisamos urgentemente de começar os trabalhos, não de mais palavras”, defendeu.
Para o autarca, “esta Europa precisa urgentemente da Alta Velocidade, de uma infra-estrutura limpa e sustentável”.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, por sua vez, pediu ao ministro para “acelerar” a ligação de Alta Velocidade com Vigo.
“Importa garantir que as ligações Braga-Valença e Campanhã-Aeroporto estejam operacionais em 2032. E importa definir o quanto antes a localização da nova travessia sobre o rio Minho”, disse, acrescentando que no dia em que existir “a ligação de Alta Velocidade entre a Corunha e a Península de Setúbal”, o país encontrará o futuro que merece e o mundo será melhor.
O projecto de Alta Velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia. A ligação Porto-Vigo prevê uma nova ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e um troço Braga-Valença.