Artigo de Paulo Guimarães, membro cooptado da CPCJ de Vila Verde
Sim, falemos da celeuma do século. Não é um assunto que desmereça a nossa atenção, sobretudo quando cerca de mil milhões de crianças estão em risco, a nível global, devido aos efeitos nefastos das alterações climáticas (dados da UNICEF).
Frans Timmermans, Vice-presidente da Comissão Europeia, afirmou sem eufemismos: “não pode haver dúvidas de que estamos a lutar pela sobrevivência da humanidade”.
A UNICEF também alerta: “as alterações climáticas põem em risco os direitos consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança – desde a sua sobrevivência, ao seu bem-estar, ao acesso à água, alimentação e educação”.
É verdade que a “geração Greta Thunberg” já despertou para as questões climáticas, mas a adoção de um estilo de vida sustentável generalizado é ainda uma miragem. E não, não é um problema para resolver amanhã. Investir em soluções de mobilidade elétrica e reduzir o plástico no quotidiano, é parte da solução, mas não chega. É preciso educar para a ecologia. É imperioso repensar os hábitos de consumo e a educação é a chave desse paradigma.
Vários especialistas realçam a importância da educação ambiental para responder aos desafios atuais, dotando as crianças/jovens de maior consciência sobre o impacto das alterações climáticas e alargando o seu leque de conceitos sobre o aquecimento global. Mitigar os efeitos do global warming passa pela educação e pela inclusão deste tema nos assuntos e conversas de família. É também um imperativo pedagógico no currículo escolar.
Todos/as temos um papel a desempenhar na mudança, mas será das crianças/jovens o futuro que queremos corrigir agora, por isso as crianças/jovens são atores neste processo de mudança. Não se lhes exige ativismo, mas atitudes conscientes de que não há outro planeta em catálogo. Só a educação dá respostas e competências para tomar decisões refletidas. Educar para a ecologia fá-los-á refletir sobre a essência da vida que reclama atenção: a Natureza.