VILA VERDE

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Apelo à “união” para impedir linha de alta tensão que “encurrala” a Ribeira do Neiva

A Câmara de Vila Verde e a Junta da União de Freguesias da Ribeira do Neiva reiteraram, esta segunda-feira, a sua discordância com a instalação de uma nova linha de alta tensão no concelho e apelaram à “união” da população para contestar o projecto, que abrange também a União de Freguesias do Vade.

Numa conferência de imprensa realizada no auditório da Ribeira do Neiva, com a presença de vários populares, o presidente da Junta, José Peixoto, disse que o seu executivo “lutará até às últimas consequências” para que o projecto não avance.

“Há uns anos fomos brindados com uma linha na parte sul e agora querem colocar outra na parte norte, o que vai desvalorizar muito o nosso território, estragar a paisagem e afastar pessoas que pudessem querer fixar-se aqui”, apontou.

A posição é acompanhada pela Câmara de Vila Verde, que aprovou em reunião de executivo, por unanimidade, um parecer desfavorável em que manifesta a sua insatisfação perante o projecto, que configura, segundo Júlia Fernandes, uma  “invasão” de mais uma parte importante do património do concelho.

Para a autarca, trata-se de uma nova “autoestrada elétrica”, que acresce a uma outra que já atravessa de sul a norte todo o concelho e que deixa a Ribeira do Neiva “encurralada” entre as duas linhas de muita alta tensão.

Segundo Júlia Fernandes, este último traçado afecta sobretudo áreas florestais e património histórico, atingindo uma zona de relevo acentuado, nomeadamente “atravessando todo o Monte do Oural de nordeste para sudoeste, junto ao marco geodésico ali existente”. Ameaça ainda uma zona de carvalhais, locais de património arqueológico e a Capela de Santo António de Cháscua.

CÂMARA NÃO LICENCIA

O vereador do Ambiente, Patrício Araújo, sublinhou que o licenciamento destas linhas e da montagem das estruturas não é competência da autarquia, que também “não recebe qualquer contrapartida financeira por estas infraestruturas elétricas”.

“Não se pode prejudicar sempre os mesmos sem a correspondente compensação. Se existe um benefício nacional na construção destas infraestruturas, deverá também uma parte desse benefício reverter para um mecanismo de compensação que se traduza num investimento direto para os locais mais afetados”, defendeu Patrício Araújo.

O vereador reiterou a ideia que a autarquia “não é favorável à instalação de linhas de alta tensão”, mas que também não assume uma “posição destrutiva” relativamente à REN, a quem cabe executar estas infraestruturas, mantendo os “canais de diálogo abertos”.

“Não estamos contra apenas por ser do contra. Estamos contra porque consideramos que esta linha traz prejuízos ambientais e patrimoniais aos territórios da Ribeira do Neiva e do Vade”, frisou.

Também o vereador do Chega na Câmara de Vila Verde, Fernando Feitor, marcou presença na sessão, onde sublinhou a necessidade de haver “união de todos” para “defender o território” e “impedir que a linha seja executada”. “Não podemos deixar que abusem do nosso património”, atestou.

Contactada a propósito, fonte da REN não quis comentar.

Tal como “O Vilaverdense” já noticiou, também a União de Freguesias do Vade assumiu a sua «total discordância» com o projecto, que abrange igualmente aquele território.

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