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APPACDM Braga está sem dinheiro para pagar salários e vai fechar valências (incluindo em Vila Verde)

A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Braga está sem dinheiro para pagar os salários de março, porque as suas contas foram penhoradas pela Segurança Social, disse esta quinta-feira o presidente da instituição.

Em declarações à Lusa, Bruno Silva adiantou que, além do não processamento dos salários, a APPACDM também vai encerrar, por tempo indeterminado, os seus seis centros de atividades e capacitação para inclusão (CACI), três dos quais ficam em Braga e os outros em Vila Nova de Famalicão, Esposende e Vila Verde.

“Tínhamos um acordo de palavra para alinhavar um plano para pagamento das nossas dívidas à Segurança Social, mas fomos surpreendidos com as penhoras, que nos deixam sem dinheiro para nada”, referiu.

Segundo Bruno Silva, que lidera a APPACDM de Braga desde finais de fevereiro último, em causa estão dívidas à Segurança Social que já ascendem a 531 mil euros e que resultam de “sucessivos incumprimentos” da anterior direção.

“Ontem [quarta-feira], íamos processar os salários e deparámo-nos com as penhoras, no valor total de 303 mil euros, que nos impedem de aceder às contas”, referiu.

O responsável disse que a APPACDM de Braga tem um total de 167 trabalhadores, ascendendo a massa salarial mensal a 220 mil euros.

A instituição, que tem ainda três lares residenciais, dá resposta a 262 utentes.

“Para já, e a muito custo, ainda mantemos os lares abertos, porque em causa estão utentes totalmente dependentes dos nossos serviços”, disse ainda Bruno Silva.

Admitiu, no entanto, que se a questão das contas não for rapidamente desbloqueada, a instituição poderá ter de avançar para o encerramento, porque os fornecedores, designadamente no campo da alimentação, ameaçam “fechar a torneira”.

Para terça-feira, está agendada uma reunião na Centro Distrital de Segurança Social de Braga para se tentar chegar a um acordo que permita o retomar do normal funcionamento da APPACDM.

Segundo Bruno Silva, a direção anterior poderá ter lesado a instituição em “entre dois a três milhões de euros”, através de gestão danosa e de apropriação ilícita de dinheiros públicos.

“É uma enormidade de crimes”, referiu, apontando que o caso já está a ser investigado pelo Ministério Público.

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