O Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, em carta pastoral enviada aos sacerdotes católicos da Arquidiocese e a que “O Amarense” teve acesso, pede «às famílias que, para exteriorizarem a sua fé na noite de sábado para domingo de Páscoa, coloquem na janela uma ou mais velas. Recordar-nos-ão o baptismo e convidar-nos-ão a ser luz no mundo».
E acrescenta: «Durante o Domingo de Páscoa, os sinos devem tocar festivamente. A criatividade pastoral pode e deve ser usada para inventar outros sinais que manifestem a alegria pascal, nomeadamente um almoço festivo, com muitas ou poucas coisas, antecedido de um momento de oração».
O prelado sugere que se siga uma proposta do Cardeal Farrell: «É simples: podemos reunir-nos numa sala, recitar um salmo de louvor, pedir perdão uns aos outros com uma palavra ou gesto entre esposos e entre pais e filhos, lendo o Evangelho do Domingo, expressar um pensamento sobre aquilo que a Palavra provoca em cada um, formular uma oração pelas necessidades da família, daqueles que amamos, da Igreja e do mundo. E, por fim, confiar ao cuidado de Maria a nossa família e cada família que conhecemos».
Gestos que aproximam
E prosseguindo, afirma: «Aproximam-se as solenidades da Semana Santa e do Tríduo Pascal. Vamos comemorá-las como deve ser, isto é, naquele espírito e verdade a que o Senhor nos convida. Com o realismo que a situação exige, o povo deve saber e experimentar o quanto o amamos com gestos muito concretos. Celebramos sozinhos, sem a presença física das pessoas, mas encontramos outros gestos gratuitos que aproximam, identificam e unificam as nossas vidas».
E propõe: «Há mensagens, contactos telefónicos, saudações pela internet. Tudo deve seguir o que a fantasia da caridade sugere. E digo mais uma vez: acrescenta-lhe a melodia dos gestos, como possas e quanto o amor te ditar. O teu gesto diz: Estou a teu lado, à tua frente, a teu lado, no teu meio, atrás de ti».
Gratidão
E, prosseguindo, diz o prelado: «Tudo aquilo que vos peço a mim o imponho. É um jugo suave. Estou profundamente persuadido que encontrareis formas de concretizar em gestos, também sacramentais, a caridade pastoral. Quando é que o Espírito nos faltou à imaginação da caridade e a discernir os dons? Alguma vez o Senhor Jesus nos abandonou, nos deixou órfãos? Confiemos! De novo o repito: Confiemos! Sim, naquela confiança que dá que fazer. Este é o abraço que vos proponho: o abraço entre o dom e a tarefa, a alegria de experimentar quanto Deus nos ama e a responsabilidade de O anunciar alegremente como Vivo e Ressuscitado».
«Permiti que vos diga», continua, «assim tão simplesmente: A minha gratidão por vós é incomensurável. Agradecido a todos, permuto convosco ainda a minha saudação pascal, na bênção de Deus. Santa Páscoa. Aleluia. Aleluia».
«Para vós sou, nesta saudação, a pessoa mais agradecida: grato mil vezes por tudo o que estais a fazer, sobretudo neste tempo de pandemia, em favor dos irmãos e irmãs no Senhor Jesus. Espero que vos sintais bem, tal como todas as pessoas que servis nas comunidades e os vossos familiares. A vossa saúde e alegria dão-me coragem; são força, também para mim. Na graça do Espírito Santo, estejam convosco o Pai e o Filho».