Arcos de Valdevez voltou a recuar na história este fim-de-semana. O ‘Recontro de Valdevez’, centrado no Paço de Giela, voltou a recuar ao ano de 1141, com a recriação do quotidiano da época.
O Recontro de Valdevez é um momento referencial da história de Portugal, que em 1141 colocou frente-a-frente os exércitos de D. Afonso Henriques, futuro primeiro rei de Portugal, e os do seu primo Afonso VII de Leão e Castela.
É uma verdadeira viagem à Idade Média e ao século XII. Foram dois dias cheios de dança, música, gastronomia e muita história ao vivo, com ponto alto em ambos os dias na produção de grande escala que envolve dezenas de figurantes e que durante 60 minutos recria este importante momento histórico da formação de Portugal, naquele que é o único torneio/bafordo documentado na História medieval portuguesa.
Este fantástico momento do nosso passado coletivo foi novamente celebrado este ano, a quinta edição da Recriação Histórica do Recontro de Valdevez, que o jornal ‘O Vilaverdense’ regista com os registos do fotojornalista Carlos Elísio.
CONTEXTO HISTÓRICO
O Recontro de Valdevez, ou Torneio de Arcos de Valdevez, aconteceu no Vale do Rio Vez, em Arcos de Valdevez, quando D. Afonso Henriques rompeu a paz de Tui (1137) e invadiu território galego.
Em resposta as forças de Afonso VII, imperador de Leão e Castela e seu primo, entraram em terras portuguesas arrasando os castelos à sua passagem. Era sinal de uma batalha quase certa, mas o momento acabou por culminar num “bafordo”, um tipo de torneio medieval representativo da destreza dos cavaleiros envolvidos, cujo resultado da contenda era normalmente aceite por ambas as partes, evitando um desnecessário derramamento de sangue.
Assim aconteceu em Valdevez: os dois primos acordam uma convivência pacífica, numa lição inteligente de diplomacia e bom senso, bases fundamentais para o início da consolidação do futuro reino de Portugal e, sobretudo, de união face ao rápido avanço árabe no Sul.
De qualquer forma, a sorte das armas pendeu para o lado português e os historiadores consideram que o episódio foi o passo decisivo e a última etapa para o nascimento de Portugal, já que valeu a D. Afonso Henriques as boas graças da Igreja e antecedeu a celebração do Tratado de Zamora, em 1143.
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