O importante património arquitectónico de Esposende deve funcionar como propulsor do turismo cultural, atraindo visitantes que contribuirão para o crescimento económico do concelho, mas captando, também, novas obras de arquitectos de renome.
Esta foi uma ideia consensual, na tertúlia promovida no Museu Municipal, tendo como tema ‘Património e Cultura(s)’ e que foi complementada com a apresentação do catálogo da exposição ‘Arquiteturas do Concelho, Esposende entre o Atlântico e as suas terras’, do arquitecto António Menéres.
Com moderação do presidente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, João Carlos Santos, subdirector geral da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), João Paulo Rapagão, professor da Universidade Lusíada, Paulo Guerreiro, responsável pela Casa das Marinhas e António Menéres, convergiram no reconhecimento da “excelência” do património existente em Esposende, “capaz de atrair visitantes e projectar o concelho a nível mundial”.
O Roteiro da Arquitetura Modernista propõe uma viagem por 18 exemplares arquitectónicos do concelho, localizados em Marinhas, Esposende e Ofir, construídos entre os anos 40 e 70 do século XX, da autoria de dois engenheiros e doze arquitectos. Este pode ser, no entender dos quatro arquitectos participantes na tertúlia, o mote para “narrativas” sobre o território.
“PATRIMÓNIO VIVIDO”
“As políticas de conservação do património, por vezes, servem para congelar. O património só tem importância se tiver utilidade”, defendeu João Paulo Rapagão, numa ideia corroborada por João Carlos Santos que defende um “património vivido”.
Essa ideia perpassa a exposição de António Menéres que, numa exposição com 40 fotografias sobre Esposende, captadas no “Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa”, entre 1956 a 1960, retrata a arquitectura de então, mas associa as pessoas, os usos, a religião e as tradições.
Paulo Guerreiro entende que a Casa das Marinhas pode assumir-se como “epicentro do modernismo a Norte”, convergindo para a visibilidade de todo o património de Esposende. De resto, António Meneres inclui a Casa das Marinhas, “entre as dez obras mais significantes da arquitectura portuguesa”.