A reunião de Câmara de Vila Verde desta quarta-feira, a última deste mandato, ficou marcada pelas despedidas do presidente da autarquia, António Vilela, e do vereador do PS José Morais, que não integram as listas autárquicas para o próximo mandato.
No período de antes da ordem do dia, tal como já tinha feito na Assembleia Municipal, Vilela disse ter sido «um gosto e um privilégio ter estado à frente dos destinos do concelho» durante os últimos 12 ano, tendo lembrado todo o trabalho desenvolvido desde 2009.
«Sempre pautei a minha conduta por um grande sentido de responsabilidade, dedicação total, elevado sentido de serviço público e enorme espírito de sacrifício e criatividade. Ao concelho dediquei sempre toda a minha energia e por ele dei sempre o meu melhor», garantiu.
O autarca sublinhou estar «de consciência tranquila e com satisfação do dever cumprido», assegurando que «o concelho respira saúde financeira, diminuiu drasticamente a sua dívida, tem grande liquidez e está entre os concelhos do país com menor tempo médio de pagamentos a fornecedores».
«Com um planeamento estruturado, muito rigor, empenho e colaboração de muitos, Vila Verde é hoje um concelho muito diferente para melhor», afirmou.
DESPEDIDA DE MORAIS
Esta foi também a última reunião de Câmara em que participou o vereador do PS José Morais, que destacou os «quatro anos de trabalho árduo» como líder da oposição no executivo camarário.
«Tenho consciência que afrontei vários interesses instalados e sei que isso provoca reacções, as quais são muitas vezes violentas. Mas como tinha a minha consciência tranquila e não tenho “rabos-de-palha” nunca me acobardei», referiu.
Morais criticou a «forma cobarde como muita gente exerce a actividade política, atirando a pedra e escondendo a mão, promovendo intrigas, escondendo a cara, levantando falsos testemunhos, fazendo correr boatos», antes de garantir que pretendeu sempre «defender intransigentemente os interesses do concelho e os interesses dos vilaverdenses».
De resto, Morais assinala «há quem pense que os interesses do seu partido devem estar à frente dos interesses da sua terra. A esses eu digo-lhes, como se diz na gíria, “temos pena, mas a nossa Terra é mais importante do que qualquer partido”. Diria mesmo que a única coisa que importa nesta nossa função de autarca, é Vila Verde e os Vilaverdenses».
José Morais salvaguarda ainda que «as discordâncias pessoais aqui não são importantes. Importante é o desenvolvimento do nosso concelho e o bem-estar dos nossos concidadãos. Apesar de pensarmos muitas vezes de forma diferente, quero acreditar que todos nós, os sete, que aqui estivemos, durante quatro anos, queremos o bem da nossa terra. Claro que temos visões diferentes, mas como disse, isso é a democracia. Foram quatro anos duros mas sem qualquer dúvida posso dizer “valeu a pena”».
E deixa um remate final: «Fi-lo com um amor imenso pelas nossas gentes e uma grande paixão pela nossa terra. Não regateei esforços e mesmo quando foi necessário escolher entre estar ao lado da Câmara, defendendo os interesses do concelho, ou estar ao lado do meu partido, a minha escolha, sem qualquer hesitação, foi sempre Vila Verde. Isso às vezes traz alguns amargos de boca e muitas incompreensões, mas se fosse hoje voltaria a fazer o mesmo».
Na hora de despedida, Morais não esquece os “seus pares”: «Permitam-me uma referência especial aos meus colegas de partido Luís Castro e Cláudia Pinto, deixando-lhes um muito obrigado por estes anos de trabalho, pela colaboração, empenho e lealdade ao projeto que apresentamos. Muito obrigado, mesmo! Ao Dr. Martinho Gonçalves, e a todos os que integraram a lista à Assembleia Municipal, deixo também a minha enorme gratidão. Aos muitos candidatos e membros das Assembleias de Freguesia, continuem esse trabalho. Defendam intransigentemente as vossas aldeias. Muito obrigado a vós!».
ELOGIO DE PATRÍCIO
O vereador Patrício Araújo, que voltará a ser candidato ocupando o quarto lugar na lista do PSD, aproveitou a oportunidade para deixar rasgados elogios a António Vilela, «um homem a quem a história do Município de Vila Verde, a seu tempo, certamente prestará um agradecido tributo público».
«Ao longo deste mandato realizámos o maior volume de investimento público de que há memória no território de Vila Verde. Com transparência, com denodado empenho, elevado sentido de responsabilidade e muito trabalho foi possível compatibilizar todo esse nível de investimento e obra pública com uma saúde financeira que, actualmente, faz inveja a muitos dos Municípios portugueses», afirmou.
Lembrando todo o trabalho feito, Patrício Araújo disse «essa acção tem um rosto fundamental», António Vilela, a quem deixou rasgadíssimos elogios, considerando-o «um exemplo de abnegação e trabalho em favor dos vilaverdenses».
«Foi muito graças à sua coragem, determinação e liderança, bem como à sua capacidade de gestão, aliadas ainda à sua capacidade de trabalho e poder de motivação que constituíram a verdadeira mola impulsionadora de toda a equipa para o alcance deste desígnio de progresso e desenvolvimento do nosso território», frisou.